São Paulo – O volume de empresas com contas em atraso e registradas em cadastros de inadimplentes cresceu 6,76% em fevereiro na comparação com o mesmo período do ano passado. É a quinta vez consecutiva que o indicador acelera na base anual de comparação. Os dados são do Indicador de Inadimplência da Pessoa Jurídica apurado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas). Na comparação mensal, isso é, entre fevereiro e janeiro de 2018, o indicador cresceu 0,9%.
“O momento econômico vivido no biênio 2015-2016 impôs severas dificuldades para empresas e consumidores, afetando a capacidade de honrarem todos os compromissos. Ainda há efeitos da crise, mas também há sinais de retomada da economia. Para este ano, espera-se que, à medida que os negócios se recuperem, a capacidade de pagamento das empresas que têm essa dificuldade também melhore”, afirma o presidente da CNDL, José César da Costa.
Os dados regionais mostram que o Sudeste lidera o crescimento da inadimplência entre as empresas. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o número de pessoas jurídicas negativadas na região cresceu 10,5%, a mais elevada entre os locais pesquisados. Em seguida aparecem, na ordem, as regiões Sul, que registrou avanço de 3,72% na mesma base de comparação, Centro-Oeste (3,05%), Norte (1,96%) e Nordeste (1,9%).
Em atraso
Outro indicador também mensurado pelo SPC Brasil e pela CNDL é o de dívidas em atraso. Nesse caso, o crescimento foi de 5,22% entre fevereiro de 2018 e o mesmo mês do ano passado. É a maior variação na base anual de comparação desde novembro de 2016, quando o índice apresentou uma alta de 6,26%. Na comparação mensal, o índice subiu 0,72%.
69% das pendências são de serviços
Dentre os segmentos credores, ou seja, as empresas que deixaram de receber de outras empresas, o destaque ficou por conta da indústria, cuja alta foi de 9,26% na quantidade de atrasos. No setor de serviços, que engloba bancos e financeiras, o crescimento no volume de atrasos recebidos de fornecedores e clientes pessoa jurídica foi de 5,23%. Já no comércio, a alta observada foi de 4,35%.
Mas, em termos de participação, 69% das pendências de empresas são devidas ao setor de serviços, 17% empresas comerciais e 13% da indústria.