O novo pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Câmara dos Deputados, tinha 48 assinaturas até sexta-feira (9). O que chamou a atenção é que dentre os deputados que endossaram o pedido, quatro são filiados a partidos da base governista que têm sob seu comando oito ministérios. A constatação foi feita a partir de postagens da deputada federal Bia Kicis (PL-DF), em suas redes sociais, em que aparecem os 48 deputados que assinam o pedido. A maioria das assinaturas são de parlamentares do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Entre as legendas aparecem o MDB, PSD e União Brasil que juntos comandam oito pastas do Governo Lula: Transportes (Renan Filho), Planejamento (Simone Tebet) e Cidades (Jader Filho) do MDB; Agricultura (Carlos Fávaro), Pesca (André de Paula) e Minas e Energia (Alexandre Silveira) do PSD; e Turismo (Daniela Souza Carneiro) e Comunicações (Juscelino Filho) comandados pelo União Brasil.
Por enquanto, os nomes dos deputados governistas que aparecem na lista são de Thiago Flores (MDB-RO), Rodrigo Valadares (União-SE), Delegado Palumbo (MDB-SP) e Sargento Fahur (PSD-PR). Outras legendas presentes além do PL, são o PP, PSCB, Republicanos e Novo.
Motivação
O mais novo pedido de impeachment de Lula tem como base o convite realizado pelo presidente petista ao presidente e ditador da Venezuela, Nicolás Maduro – acusado pelo governo dos Estados Unidos de narcoterrorismo -, e pela indicação de seu advogado pessoal, Cristiano Zanin, para a vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Agora, a abertura do processo precisa ser avalizado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).
O pedido e a coleta de assinaturas foram articulados pelo deputado federal Sanderson (PL-RS). A deputada Bia Kicis (PL-DF) disse que “a forma como Lula recebeu o ditador Maduro foi um acinte e desprezo aos direitos humanos, a cada venezuelano que abandonou seu país para não morrer de fome, como os que ficaram”.
Vale lembra que Lula recebeu Maduro com o tradicional status de “Chefe de Estado” e afirmou que as acusações contra o ditador da Venezuela seria uma mera “narrativa”. As declarações de Lula foram alvo de críticas dos Gabriel Boric, do Chile, e Luis Lacalle Pou, do Uruguai.
Cristiano Zanin
Com relação escolha de Cristiano Zazin para a vaga deixada por Ricardo Lewandowski, os autores afirmam que também se trata de crime de responsabilidade praticado por Lula. Cristiano Zanin é advogado pessoal de Lula que o defendeu nos processos da Lava jato. Até agora, Lula acumula oito pedidos de impeachment já protocolados na Câmara Federal.