Brasília – O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu na semana passada que a reforma administrativa deverá ficar mesmo para 2020, conforme decisão do presidente Jair Bolsonaro. “Como eu disse na terça-feira, realmente acreditava que a reforma seria encaminhada ao Congresso ainda nesta semana ou na próxima e que conseguiria convencer o presidente a acelerar o processo”, declarou. “Mas o presidente achou melhor dar um respiro para o Congresso e deixar para enviar a reforma administrativa no começo do ano que vem.”
De acordo com Guedes, como o governo já conseguiu aprovar neste ano uma reforma da Previdência robusta, que deverá permitir uma economia de quase R$ 1 trilhão em dez anos, enviou o pacto federativo ao Congresso e provavelmente deverá encaminhar a reforma tributária na semana que vem, a avaliação do presidente foi de que “o ano está ganho”.
Na terça-feira (19), o ministro afirmou que havia sido “mal compreendido” quando falou que a reforma administrativa não iria “tão cedo” ao Congresso numa entrevista coletiva realizada no dia anterior em Brasília. Guedes disse que estava respondendo à pergunta de um repórter que queria saber se a reforma administrativa seria enviada “hoje (segunda-feira) ou amanhã (terça-feira)”.
Mais suave
No início da semana, ao dizer que reforma “vai aparecer por aí, mas vai demorar um pouco”, Bolsonaro já havia sinalizado que ela poderia ser adiada.
Bolsonaro também disse na ocasião que a reforma “será a mais suave possível”, sugerindo que o governo poderá ceder às pressões dos servidores, “desidratando” a proposta e preservando privilégios que o projeto original do Ministério da Economia pretendia reduzir. No final de outubro, durante viagem à Ásia, Bolsonaro já havia pedido à equipe econômica para preservar a estabilidade dos atuais servidores, um dos pontos mais relevantes da proposta inicial.