Panelaço de Dória
No dia seguinte ao panelaço contra o presidente Jair Bolsonaro, que soou como alarme à equipe palaciana, numa estratégia política, o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), lançou um pacote de medidas para segurar a economia do Estado e se posicionou, naturalmente, como maior contraponto eleitoral ao chefe da nação com vistas para 2022. Alvo de críticas pelo perfil propagandista, Dória mudou o tom. Mandou fechar shoppings, pediu para manter aeroportos abertos por serviços essenciais, e agradou ao mercado ao lançar ações que vão de adiamento de cobranças em protestos a estímulos ao comércio.
Contraponto
Os elogios de João Dória, de Rodrigo Maia e de Dias Toffoli (STF) à imprensa não foram trato. Mas saíram como provocação direta a Bolsonaro, que ataca a mídia.
Baixa imperial
Os príncipes Dom Antonio, Dom Francisco e Dom Alberto de Orleans e Bragança, da família imperial, testaram positivo para coronavírus e estão em tratamento. Isolados.
Ei, ei!
Pegos de surpresa pela Febraban, os cinco maiores bancos buscam soluções para evitar fila na porta para adiamento da cobrança de empréstimos por 60 dias. A tecnologia do BB, por exemplo, corre para atualizar o app a fim de oferecer o serviço online.
Corona & BPC
O Governo luta para manter o veto do presidente ao aumento do Benefício de Prestação Continuada, que vai custar R$ 20 bilhões a mais. Chegou a recorrer a uma liminar do ministro Bruno Dantas, do TCU (surpresa!), que suspendeu a votação do Congresso (o STF deve derrubar). Mas esse dinheiro é crucial para movimentar a economia nas classes C e D. Deveria até compor o pacote de emergência do ministro Paulo Guedes.
Proporção fatal
A conta na Regra de 3: Na China, foco da pandemia, o coronavírus matou 0,0002% da população em dois meses. Na Itália, matou 0,005% da população em 15 dias.
Virose digital
Termo desconhecido na busca do Google até início de janeiro, o covid-19 já tinha 5,7 bilhões de citações até ontem à noite. Surpresos? “Coronavírus” tem 6,25 bilhões.
MERCADO
Fila
O comércio de produtos importados vai sentir. Os estivadores paralisaram na quarta-feira suas atividades no Porto de Santos, maior porta de entrada dos produtos.
***Nas altura$
Efeito do dólar acima de R$ 5 na praça: Um brasiliense abriu o cofre para salvar as contas do mês, e ficou com as “verdinhas” na carteira. Nenhuma casa de câmbio quer comprar a moeda. Pior: o comércio não aceita pagamento em dólar.
***Seu sinal
Não é de hoje que as teles tratam o consumidor como se fizessem um favor. Protegidas por lei (que ajudaram a forjar no Congresso), cobram caro o plano de internet e dados, mas podem entregar até 80% do sinal, embora você pague 100% do pacote. Sabia disso?
***Ambulantes S.A.
O Rio de Janeiro está largado aos camelôs, comentou um carioca leitor. Não é de hoje, a despeito de fiscalização pontual. Mas piorou bem. Em 2003, este repórter decidiu andar por toda a extensão da Av. Rio Branco. Contou 440 camelôs dos dois lados da calçada.
***Te cuida, balcão
A Drogasil, cuja turma do balcão (em Brasília) reclama da ausência de máscaras para atender, informa que “uso individual é medida fundamental a partir do momento em que passar a ocorrer transmissão comunitária” Hein?! Avisa que analisa diariamente cada uma das 354 lojas no País.
Ponto Final
Desgraça pouca é bobagem. Nasa ainda descobre asteroide de 4,5 km de diâmetro em direção à Terra. Mas jura que não colide.