Olha o gás!
Uma crise de abastecimento silenciosa avança na Região Sudeste, principalmente nos distribuidores de Rio de Janeiro e São Paulo. Pode faltar gás de cozinha na praça nos próximos dias. O movimento de saída do produto nas refinarias caiu muito e o botijão já é vendido a mais de R$ 100 em cidades dos dois estados. O governo paulista se antecipou e tabelou o botijão a R$ 70 para não onerar mais o cidadão. Soma-se a isso o fato de o consumo caseiro ter aumentado muito, ao passo que o industrial teve queda drástica. Quem acompanha o setor garante que o mercado pode sofrer desabastecimento em duas semanas nesse ritmo, e o Espírito Santo pode ser o próximo atingido.
Mar & ar
O Governo tem um grande desafio para trazer os kits de testes de covid comprados na Ásia. De navio, a carga demora um mês. Há plano para enviar um KC 90 da FAB.
Cofre da Esplanada
Só dinheiro explica o sai-não-sai do ministro Luiz Mandetta do cargo. O presidente quer a Saúde do DEM, cuja bancada e deputados de vários partidos se uniram para mantê-lo.
Abduzido na crise
O prefeito de Varginha (MG), Antonio Silva, renunciou ontem. Estava em outro mundo. Voltou de férias há dias, em meio à pandemia que assola o País há três semanas, e decretou a reabertura do comércio. Não aguentou a pressão do MP e do povo.
China e EUA
O Ministério da Saúde não perdeu produtos para os Estados Unidos. É que não houve contrato a tempo na compra de máscaras e respiradores da China, que foram parar no mercado americano. A burocracia mais uma vez prejudicou o País. A Coluna apurou que os trâmites foram cumpridos no rito processual da pasta: divulgação do edital, pregão, anúncio do vencedor, publicação no D.O. Mas, antes da última fase, a assinatura do contrato, os EUA fizeram compra direta da fábrica chinesa. É do jogo capitalista.
Segurança jurídica
As regras jurídicas de contratos desse tamanho são rígidas e envolvem variados órgãos de fiscalização, além de multas milionárias. E o caso ainda poderia parar nas mesas da Organização Mundial do Comércio. Mas simplesmente não houve contrato.
Kits garantidos
O Ministério da Saúde suou a camisa para conseguir os 200 milhões de kits. Após o pregão, só a quinta empresa consultada prometeu entregar o montante necessário para o Governo, e assinou o contrato. A vencedora, e as outras empresas que ficaram de 2º a 4º lugares no edital, prometeram bem menos que isso – de 10 milhões a 30 milhões de kits.
***Na pista
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, civis e militares, programam grande carreata pela abertura do comércio, dia 15, em Brasília.
***Se vira, povo
A desembargadora presidente do TRT de Alagoas, Anne Inojosa, derrubou decisão do juiz da 5ª Vara do Trabalho de Maceió, Nilton Beltrão, que obrigava a prefeitura a entregar material de EPI para médicos da rede muncipal. Ontem, houve relatos à reportagem de que havia profissionais sem material no atendimento em postos de saúde.
MERCADO
Telão no off
Com os cinemas fechados desde o início da segunda quinzena de março, o setor já prevê um prejuízo de R$ 1,2 bilhão no Brasil se as salas ficarem bloqueadas até o fim de junho. Os dados são da Abraplex (Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex), pedidos pela Coluna.
Sem licença, 007
Pelo menos, até agora, 20 grandes lançamentos de filmes foram adiados no Brasil. Entre eles o mais esperado, a nova aventura do espião 007.
***Folga no saldo
O Sescon solicitou e o governador de São Paulo, João Dória, confirmou a prorrogação por 90 dias do pagamento do ICMS e ISS para micros e pequenas empresas. Mas Dória pediu garantias de manunteção de empregos no comércio.
***Estácio agiu
A Universidade Estácio, alvo de críticas de alunos de Medicina por não aliviar nesta crise (R$ 10,4 mil de mensalidade), montou modelo de aulas presenciais teóricas com transmissão pela internet. Garantiu que 20 mil alunos terão mensalidades abonadas, e outros 20 mil terão pagamento flexibilizado durante a quarentena.