Câmara devolve um terço do orçamento
Reportagem: Josimar Bagatoli
Com um orçamento de R$ 27,6 milhões, a Câmara de Vereadores devolveu aos cofres municipais R$ 8,8 milhões, cerca de 32% do total, recurso que será usado para evitar aumento do IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) ano que vem.
A proposta teve o compromisso do presidente da Câmara de Vereadores, Alécio Espínola (PSC), com o apoio dos demais parlamentares. “O prefeito [Leonaldo Paranhos] nos convocou para uma reunião e disse que, se continuássemos nessa toada de economia, teríamos uma opção: se a Câmara fizesse a devolução, não teria que aumentar o IPTU. Tomamos essa decisão por entender que era em benefício da população”.
Com a devolução do dinheiro, um projeto deixado pela gestão passada da Câmara ficou de lado: a construção de um anexo para abrigar o setor administrativo. Para Espínola, este não seria o melhor momento para investir o recurso. “Não vamos construir esse prédio, por enquanto. Chegará o momento dele… talvez quando a cidade chegar aos 450 mil habitantes, então deverá ter o prédio administrativo. Nesse momento, a Câmara comporta servidores e assessores”, afirma Espínola, que, ao assumir a presidência do Legislativo, encerrou o contrato de locação de uma sala comercial, medida que representou economia aos cofres públicos. “Não havia a necessidade. Entendemos que estamos em um novo momento, de servir um modelo de política transparente. Não fizemos o prédio anexo de R$ 3,5 milhões, não aumentamos os salários dos vereadores, não aumentamos as cadeiras no Legislativo para 23 e não votamos o 13º [aos vereadores]. Isso é economia e quem ganha é a população”, afirma Espínola.
No Paço
Pelo segundo ano consecutivo, Alécio Espínola assumirá o comando da Prefeitura de Cascavel dia 2 de janeiro e ficará 15 dias no cargo de prefeito, enquanto Leonaldo Paranhos (PSC) tira um período de descanso recomendado por médicos. “É um desafio totalmente diferente. Conto com organização e planejamento do Paço, com apoio dos secretários. Não teremos problemas nem dificuldade. Vamos tocar com responsabilidade, de acordo com o planejado. É um ano de eleição e temos que dobrar o compromisso com essa cidade”, diz Espínola.
A proximidade com Paranhos foi vista com desconfiança no início da gestão como presidente da Câmara, situação que Alécio alega já ter superado. “Fizemos uma separação tranquila dos poderes. Não é tarefa para qualquer um saber separar essas situações. Tivemos que dosar a inteligência emocional e não tive reclamações do meu posicionamento. Paranhos é um amigo, um irmão. Homem que tenho profundo respeito e admiração. Foi um equilíbrio grande esse primeiro ano”, resume.