Toledo – A denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-chefe de Gabinete do Governo Beto Richa na Operação Lava Jato aponta que, além de R$ 3,5 milhões em propina para o ex-governador, o “Piloto” na planilha da Odebrecht, a construtora pagou, também, propina para o “Time” (identificação também registrada na planilha) de Beto. Segundo o MPF, receberam R$ 500 mil da Odebrecht os deputados estaduais Ademar Traiano (PSDB), Plauto Miró (DEM), aliados do candidato Ratinho Junior (PSD).
Na manhã de ontem, em Toledo, a própria governadora admitiu a traição do grupo de Richa, ao afirmar que pediu a seu partido que estude o rompimento da coligação. “Diversas lideranças do PSDB como o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Ademar Traiano, vice-presidente do PSDB, e o ex-chefe da Casa Civil, deputado federal Valdir Rossoni, e o ex-deputado federal e ex-chefe da Casa Civil, Cesar Silvestre, estão apoiando abertamente o candidato Ratinho Jr (PSD)”, reconheceu.
"Estou solicitando aos partidos da coligação a retirada da indicação de Beto Richa ao Senado para que ele possa se dedicar a sua defesa", disse durante coletiva em Toledo, nessa segunda-feira (17).
Em nota à imprensa divulgada no início da noite, a coligação Paraná Decide informa que “analisou e aprovou por maioria o pedido da governadora Cida Borghetti (PP) para o afastamento do candidato ao Senado, Carlos Alberto Richa (PSDB), da chapa.” A determinação foi repassada ao departamento jurídico para que formalize o pedido ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Acordo branco
O acordo branco entre Ratinho e Beto Richa ficou claro desde o momento do registro das chapas, quando a coligação do candidato do PSD registrou apenas um candidato ao Senado, Professor Oriovisto, facilitando o caminho para o ex-governador.
Para o candidato do MDB ao governo do Paraná, João Arruda, a atual governadora, ao descartar Beto Richa, apenas reagiu à falta de compromisso político do ex-governador: “Cida sempre soube da fidelidade canina do Ratino com Beto, e vice-versa, e foi traída várias vezes”, declarou.
Insustentável
Segundo Cida, a operação do Gaeco batizada de Radiopatrulha e a divulgação das gravações dos diálogos de Beto Richa sobre o “tico-tico” tornaram a situação insustentável. "Não aceito, não admito, não compactuo com nenhum ato de desvio de conduta. Quando assumi o governo do Estado um dos meus primeiros atos foi a criação da Divisão de Combate à Corrupção".