Passar trote no telefone de emergência do Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência), infelizmente, é comum, mesmo com tanta informação disseminada à população.
Na noite de quarta-feira, dois casos falsos foram informados ao Corpo de Bombeiros. Os dois registros de pessoas que supostamente teriam sido esfaqueadas.
Um deles ocorreu no Bairro Interlagos, que a nossa equipe de reportagem acompanhou. Uma ambulância, a viatura do médico do Siate e viaturas da PM foram deslocadas para socorrer uma pessoa esfaqueada. Mas o caso era falso.
A segunda ocorrência foi já na madrugada, no Bairro Alto Alegre, com informações parecidas, de uma vítima de tentativa de homicídio.
De acordo com a tenente Marcela Schwendler, relações públicas do 4º GB, já fazia um tempo que não era registrado um caso falso. “Porém, todos os dias ligam para o nosso número para xingar o telefonista, falar palavras de baixo calão, ficar gemendo no telefone. Nosso número toca o tempo todo. Aí você atende uma, duas, três vezes, é brincadeira. Depois de muitas piadinhas atendemos casos reais. A rotina é assim todos os dias”, lamenta.
Para atender a ocorrência, todo um aparato é montado pelo Corpo de Bombeiros. Em média, são de 15 a 20 casos diversos por dia que o grupamento dá assistência. Neste ano, o dia de mais movimentação teve 37 registros. O de menos, 10 ocorrências.
Quatro ambulâncias
São quatro ambulâncias para fazer socorros de acidentes, quedas, enfim, tudo o que envolve trauma. Apesar de ser um número aquém do necessário, os bombeiros conseguem desenvolver o trabalho. Porém, enquanto uma ambulância atende um caso falso, pode estar deixando quem realmente precisa sem socorro.
“São ocorrências que demandam tempo. Em um caso simples, todo o trabalho de socorro, desde o atendimento até levar ao hospital, a demora é de uma hora. Mas se o paciente sangra, suja a ambulância, temos que limpar tudo antes de atender outra pessoa. Há casos que demora até três horas do início ao fim de uma assistência”, comenta a tenente Marcela Schwendler.
No caso de incêndios, o trabalho é mais intenso. “Temos que lavar o caminhão, as mangueiras, deixar tudo perfeito. E é mais um motivo pelo qual os trotes atrapalham, e muito”, explica.