RIO – 159ª DP (Mangaratiba) prendeu, na noite desta terça-feira, o traficante Matheus da Silva Werneck, de 19 anos. Segundo os investigadores, ele é acusado de envolvimento na morte de uma adolescente que se recusou a ter reações sexuais com um traficante em junho de 2015. O crime aconteceu no mesmo local onde uma jovem de 16 anos sofreu estupro coletivo em maio, no Morro do Barão, na Praça Seca.
O crime fará um ano neste sábado. Segundo depoimento de testemunhas, na ocasião, quatro jovens teriam ido de táxi ao morro e uma delas teve relações com o traficante conhecido como Rato. Quando chegou a vez da vítima, ela se recusou porque ele exalava mau cheiro. Irritado, o bandido atirou no rosto da adolescente, que não sobreviveu. Na ocasião, o traficante conhecido como Rato, que seria autor do disparo, foi encontrado morto no acesso à favela.
Segundo o delegado Renato Mariano, titular da 159ªDP, Matheus estava foragido. Ele foi preso quando vendia drogas nas ruas da região de Muriqui, mas quando a polícia levantou a ficha, descobriu que contra ele existia um mandado de prisão por envolvimento no crime contra o bandido.
CASA DE SEXO DO TRÁFICO
Policiais da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav) que investigam o estupro coletivo da jovem de 16 anos levantaram que o abatedouro fica próximo ao QG do tráfico de drogas, e é utilizado por traficantes para programas sexuais. Foi para lá que a adolescente foi carregada ainda no sábado, dia 21 de maio. De acordo com as investigações, ela teria adormecido sozinha em outra casa da favela, onde antes havia tido relações sexuais com Raí de Souza, de 22 anos, que deixou o local por volta de 10h, acompanhado do jogador Lucas Perdomo Duarte Santos e de outra adolescente.
Descoberta desacordada na casa pela quadrilha , ela teria sido carregada pelo traficante Moisés Camilo de Lucena, para o abatedouro que fica na parte alta do morro. Ali, cerca de nove traficantes teriam estuprado a jovem, que ficou até a noite de domingo no local, quando foi novamente descoberta por Raí. Ele, Raphael Assis Duarte Melo, de 41 anos, e um traficante identificado apenas como Jefinho subiram o morro por volta de 19h30m do domingo, quando avistaram a adolescente nua, desacordada e com sinais de violência no corpo. Foi neste momento que eles filmaram com o celular de Raí as imagens da jovem que circularam na internet divulgando para o mundo o estupro coletivo. Como manipularam o corpo da jovem, eles também respondem pelo crime, conforme prevê a lei.
A partir daí, o caso passou a ser investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), passando depois para a Dcav, a partir da descoberta de que a vítima era menor de idade. Até agora, já foram identificados pelo menos sete agressores, dois deles, Raí e Raphael já estão presos no complexo de Gericinó. O jogador Lucas Perdomo, que chegou a ser preso no primeiro momento, teve a prisão relaxada nesta sexta-feira, mas sua participação no episódio ainda é investigada no inquérito.