Quedas do Iguaçu – Um inquérito policial foi aberto para apurar os tiros que foram disparados contra um dos ônibus que integram a caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na noite de terça-feira, em Quedas do Iguaçu.
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Nota da Sesp diz que ataque a ônibus de Lula será investigado
Segundo a Sesp (Secretaria de Segurança Pública do Paraná), duas equipes do Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) estão em Laranjeiras do Sul para auxiliar nas investigações.
O Instituto de Criminalística do Paraná faz o laudo de perícia no ônibus e deve ficar pronto nos próximos dias. Conforme a Sesp, não houve pedido de escolta formal da caravana nem do ex-presidente. “A Polícia Militar do Paraná reforçou o policiamento em todos os locais indicados pelos representantes da caravana, onde seriam realizadas as manifestações com a presença do ex-presidente Lula”, garante a secretaria.
O delegado titular da Delegacia de Laranjeiras do Sul, Helder Andrade Lauria, é o responsável pelo caso.
Falso atentado
O ataque ao ônibus ganhou grande repercussão nacional ontem. Tanto de líderes manifestando repúdio ao ato, quanto questionamentos sobre sua autenticidade.
Isso porque, ainda no dia 7 de janeiro deste ano, o Jornal O Paraná alertou, com exclusividade, que um falso atentado ao ex-presidente Lula vinha sendo orquestrado por líderes petistas, cuja “mão de obra” seria de sem-terra que vivem em Quedas do Iguaçu. Na ocasião, as forças de inteligência apontavam que o atentado ocorreria na véspera ou no dia do julgamento do recurso de Lula no TRF4 (Tribunal Regional Eleitoral da 4ª Região), em Porto Alegre, no qual acabou condenado a 12 anos de prisão.
O falso atentado chegou a ser “combinado” com os sem-terra e, inclusive, foi de dentro do acampamento que a notícia veio à tona e chegou à polícia. A informação ganhou repercussão nacional e Lula cancelou sua ida a Porto Alegre no dia do julgamento e os temidos confrontos entre lados opostos ao ex-presidente não aconteceram.
Por que só lá?
Por coincidência, após uma série de protestos na Região Sul por onde a caravana de Lula passou e chegou até a ser impedida de acessar algumas cidades devido a bloqueios – protestos que se repetiram no Paraná -, foi justamente em Quedas do Iguaçu, única cidade em que o petista foi bem recebido, que sua equipe sofreu o “atentado”. Um ônibus com jornalistas que acompanhavam a caravana teria até desviado da rota por segurança, mas foi alvejado com três tiros.
A ocorrência aconteceu depois do discurso de Lula, em um ato que envolveu mais de 4 mil pessoas, que esperaram por ao menos quatro horas debaixo de chuva e sem qualquer registro de tumulto ou violência.
Imagens do ônibus chamam a atenção devido à “perfeição” dos furos das balas, pois seriam muito “redondos”, indicando que o veículo ou estava parado ou em baixíssima velocidade.