Cascavel – Um dos assuntos mais comentados durante essa campanha eleitoral foi a volta do armamento da população. Em vigor desde 2003, o Estatuto do Desarmamento está longe de ter de fato desarmado os brasileiros. E, apesar do aumento no rigor para ter uma arma, os números ainda impressionam.
A região oeste do Paraná faz fronteira com o Paraguai e a Argentina e só por isso o assunto insegurança está sempre presente. Inclusive, esse é um dos motivos listados pela PF (Polícia Federal) para o grande número de registros de armas.
Para se ter uma ideia, nos dez meses deste ano a PF já registrou quase 6 mil armas. Os dados computam as delegacias de Polícia Federal de Cascavel, de Foz do Iguaçu e de Guaíra e se referem a renovações de registros de arma de fogo e aquisição de novas armas.
A maior procura é em Cascavel. Segundo Sinarm (Sistema Nacional de Armas), neste ano já foram 4 mil registros. A demanda é três vezes a registrada em Foz do Iguaçu, onde houve 1.408 solicitações em 2018, somadas renovações, transferências e aquisições.
Na delegacia de Foz houve crescimento com relação ao ano passado, quando o total foi de 1.142 solicitações de registros.
Em Guaíra foram feitas 500 solicitações neste ano. A média de 50 registros por mês é a mesma que foi observada em 2017.
As solicitações são para posse de arma de fogo de uso permitido, já que o porte só é autorizado para agentes de segurança pública.
Burocrático, não impossível
O Estatuto do Desarmamento endureceu as regras para portar arma, mas a posse ainda é possível. Nesse caso, a pessoa compra a arma de fogo mas tem de deixá-la em casa, ou na empresa. Para isso, é necessário atender a uma série de requisitos. O solicitante preenche um requerimento disponível no site da Polícia Federal e apresenta documentos e condições: idade mínima de 25 anos, documentos pessoais e de moradia, documento que comprove ocupação lícita, declaração escrita com justificativa do pedido e da efetiva necessidade de ter uma arma de fogo, certidão de antecedentes criminais e comprovação de que não está respondendo a inquérito policial ou processo criminal, além de atestado de capacidade psicológica e comprovação de capacidade técnica.