Cascavel – No mês em que o PCC (Primeiro Comando da Capital) completa 25 anos de fundação, os serviços de inteligência atuam em várias frentes. O PCC nunca deixou de ser um alerta às forças de segurança, mas a atenção dobrada e o combate efetivo ao crime organizado precisarão de um reforço neste mês.
A atenção extra na região oeste do Paraná vem desde setembro de 2016 após o assassinato do agente penitenciário federal Alex Berlamino, em Cascavel. Meses mais tarde, a psicóloga Melissa Almeida, que também atuava na Penitenciária de Catanduvas, era executava na porta de casa em uma emboscada. Os dois assassinatos foram “encomenda” do PCC e escancarou seu poder em todo o Estado, hoje a “segunda casa” da organização criminosa.
A partir disso, a PF mudou sua atenção ao grupo e, ano passado, conseguiu evitar uma série de mortes programada para o aniversário da facção. Na lista estavam um juiz federal, um procurador federal, um delegado federal e agentes penitenciários. Mas o alerta na segurança segue mantido. “Em 2018 o PCC completa 25 anos e muito provavelmente eles vão ‘comemorar’. Também é histórico que nos anos de 1990 e nos anos 2000 a facção tentou impedir, com alguns atentados realizados e outros frustrados, as eleições. Então 2018 é um ano para permanecer em alerta tanto pelas eleições quanto pelo aniversário da facção”, disse o delegado-chefe da Polícia Federal em Cascavel, Marco Smith.
“Por outro lado, o PCC tem algo importante: eles aprendem com os próprios erros. Em 2003, quando mataram o juiz-corregedor [António José Machado Dias], foram criados os presídios federais para isolar as cadeias de comando das facções criminosas; quando mataram os agentes em Cascavel, os presos ficaram sem visitas nos presídios federais, ou seja, houve duras represálias, além de o PCC ter perdido vidas e muito dinheiro com as ações mal sucedidas”, considerou o delegado da PF ao afirmar que, mesmo assim, a atenção está mantida.