Uma frota de veículos cada vez mais inchada, trânsito superlotado em horários de pico e, o principal: falta de paciência e de atenção. São apenas alguns dos motivos pelos quais o número de acidentes de trânsito cresce de forma exagerada e as colisões nas ruas da cidade se tornam cada vez mais graves.
Na manhã de ontem, seis acidentes foram registrados em duas horas na cidade, com vítimas feridas. Um deles foi um capotamento, que ocorreu na PR-180, em que duas idosas ficaram feridas. Elas estavam em um veículo Ford Fiesta quando a motorista derrapou o veículo em uma curva. O automóvel bateu em um barranco e capotou. As duas ocupantes do carro tiveram ferimentos leves.
O que mais assusta é que, neste ano, até agora, o número de registro de acidentes feito pelo Corpo de Bombeiros já é maior do que o contabilizado em todo o ano passado.
Em 2018, até ontem no início da tarde, de acordo com relatório online dos bombeiros, foram 1.565 ocorrências, contra 1.528 em todo o ano de 2017.
“Por isso acompanhamos, em alguns períodos como em abril, que o sistema travou, havia superlotação de unidades de pronto-atendimento e macas retidas. Os acidentes estão mais graves, com mais vítimas com sequelas e mais custos ao sistema”, avalia o diretor-técnico do Consamu, Rodrigo Nicácio.
A reportagem do Hoje News fez uma consulta das ocorrências assistidas pelos bombeiros desde 2013. E o número de colisões de trânsito vinha em decréscimo: 2.864 casos em 2013; 2.856 em 2014; 2.736 em 2015; 2.598 em 2016; e 1.528 em 2017.
Neste ano, já foram 29 mortes até ontem, registradas no trânsito de Cascavel, a maioria nas ruas da cidade e resultado do excesso de velocidade e da falta de atenção dos motoristas.
Ações educativas
No trabalho de educação no trânsito, diversas ações são realizadas para evitar que essas estatísticas sejam cada vez mais impactantes. “Fazemos diariamente diversas ações, temos o núcleo de Educação no trânsito. Mas tivemos mudanças recentes nas principais vias de Cascavel, apesar de haver sinalização na maioria dos locais, são mudanças que confundem os motoristas. Além disso, há falta de respeito às regras de trânsito. A maioria destes acidentes ocorre em cruzamentos bem sinalizados. Os motoristas não sabem usar as pistas devidamente, não usam piscas, não respeitam cruzamentos. Se fosse fazer uma reciclagem como deveria, 60% a 70% dos condutores deveriam passar por isso. Acredito que trata-se de uma questão cultural, de educação, que vai levar umas quatro gerações, pelo menos, para ser modificada na sociedade”, avalia o tenente Ademir Sampaio, diretor de Educação e Fiscalização de Trânsito da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito).