Um relatório feito pelo engenheiro da empresa responsável pela obra do Centro de Vivência do Bairro Floresta, em Cascavel, será anexado ao inquérito policial que investiga o desabamento de painéis que provocou a morte de um garoto de nove anos no dia 11 de junho de 2017.
Desde o início das investigações foram ouvidas dez pessoas, entre servidores públicos, responsáveis pela empresa que construiu a obra e familiares do menino João Vitor Oliveira dos Santos, que brincava no local e foi atingido pelo painel.
De acordo com o delegado-chefe da 15ª SDP (Subdivisão Policial), Nagib Nassif Palma, o último passo era ouvir o engenheiro que assinava pela empresa responsável pela obra. Ele foi localizado em Sorocaba (SP) e foi ouvido por meio de carta precatória. Em uma espécie de laudo, o engenheiro disse que a obra foi executada conforme o Município solicitou.
Segundo o delegado, o engenheiro faz várias considerações técnicas e levantou pontos específicos que serão conferidos com o laudo técnico do Instituto de Criminalística, que apontou falha estrutural na obra. Esse confronto entre o laudo e o relatório do engenheiro poderá resultar em um terceiro laudo para eliminar qualquer tipo de dúvida.
Os centros de vivência, um espaço de lazer e de preservação ambiental, foram construídos em 2012.
Confronto
É com base no confronto de laudos que a investigação policial será concluída e apontará se foi homicídio culposo (sem intenção) ou doloso (por negligência – com intenção) ou apenas uma fatalidade.
Segundo o delegado Nagib Nassif Palma, são dois eixos importantes para finalizar o inquérito que está com o Ministério Público e deve retornar à Polícia Civil em breve. “Se foi erro da estrutura ao ser feito, ou outro eixo que estamos preocupados, isso na questão técnica: falta de manutenção ou erro de fiscalização. São esses dois pontos, resumidamente falando, que nós teremos agora que fazer com esse comparativo e chegar a uma conclusão técnica e tipificar o crime certo para que, se for o caso, as pessoas sejam responsabilizadas criminalmente”, adianta.
Centros de vivência
Os centros de vivências foram construídos na administração do então prefeito Edgar Bueno e seriam para proteção e conservação de fontes (minas de água). Ao mesmo tempo serviam de espaço para lazer.
No ano passado, após a morte da criança de nove anos, uma verificação feita pelo próprio Município constatou que em alguns locais onde os painéis foram construídos não existem fontes. A água era captada em riachos e transportada por mangueiras até o local onde deveriam existir as fontes.
Não foram encontradas fontes nos centros de vivência do Sanga Funda, do Novo Milenium e do Periolo. Após o acidente a prefeitura demoliu os painéis que apresentavam algum risco.