No início de fevereiro deste ano, o delegado de polícia Adriano Chohfi, que era chefe da subdivisão, assumiu o cargo de diretor do Departamento de Inteligência da Sesp (Secretaria de Segurança Pública do Paraná). Desde então, o delegado Rodrigo Baptista, que era delegado-adjunto, assumiu a chefia e Rogerson Salgado está no cargo de delegado-adjunto, acumulando a comarca de Corbélia. Pelo menos um delegado a mais seria necessário para cobrir a vaga de Chohfi, porém, ainda não há previsão para que isso aconteça.
Isso porque 20 novos delegados foram contratados pelo Estado, e serão nomeados hoje. Porém, ainda precisam passar pela escola de formação e só depois será definido para onde os profissionais serão destinados. De acordo com informações levantadas com fontes oficiais, em ano de fim de gestão, dificilmente delegados de outras comarcas virão a Cascavel, considerando que com um novo governo em 2019 tudo pode mudar novamente.
Falta de efetivo
A falta de delegados não ocorre apenas em Cascavel. O problema se estende a todo o Estado. De acordo com a Adepol (Associação dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná), são apenas 392. Somados os 20, ficam 412, mas isso está abaixo do necessário. “Em 2012, o governador Beto Richa nos sinalizou positivamente, criando uma lei que aumentava de 420 cargos de delegados de polícia para 780. Quando veio essa lei, entendemos como sinal de que haveria contratação. Porém, não foi isso que ocorreu. E, se aquele ano já havia déficit, imagine agora, considerando que temos apenas 392 profissionais, número já menor do que os 420 determinados antes da mudança da lei”, afirma o presidente da Associação, Daniel Prestes Fagundes.
Outros profissionais
Também há falta de outros profissionais na Polícia Civil. São apenas 2.710 em todo o Estado, 677 escrivães e 288 papiloscopistas. Em todas as funções, há menos da metade da necessidade do efetivo. Segundo a Adepol, no Paraná, a média é de dois mil inquéritos por escrivão. Além disso, a Adepol cita problemas com viaturas sucateadas e falta de estrutura predial para o trabalho da Polícia Civil. Em Cascavel, há anos luta-se para a construção de uma Delegacia Cidadã porque o prédio da 15ª SDP é antigo e não comporta mais o trabalho da polícia. Depois de muita burocracia e promessas, a garantia da Sesp é de que a construção comece ainda neste ano. Até o fechamento desta edição, a Sesp não se manifestou a respeito das afirmações da Adepol.