A família de Denis Eduardo Pascoski compareceu em peso no Fórum de Cascavel e, desde as primeiras horas do julgamento, permaneceu no Tribunal do Júri para pedir Justiça. Os julgados foram Jessé Alves e Cleberson Luiz França Ferreira, acusados de parceria no homicídio de Denis, praticado em 24 de agosto de 2016.
“Foi uma vida tirada por motivo banal”, lamentou a irmã de Denis, Patrícia Vieira de Alcântara, que, indignada, disse que o irmão não era santo, mas foi assassinado por ciúmes.“Ele tinha aprontado algumas, mas coisa de adolescente, não era bandido. E foi morto por causa de uma menina, que era envolvida com gente da pesada”.
Denis deixou duas filhas, uma de cinco anos, que tem deficiência, e uma de três anos, que nem chegou a conhecer. “A namorada dele estava grávida quando ele foi assassinado”, contou Patrícia.
Jessé e a vítima tinham em comum um relacionamento com uma jovem. Denis seria ex-namorado da garota e Jessé ficou com ciúmes do rapaz. “O Jessé já estava ameaçando o Denis, mas aí meu irmão foi conversar com ele e disse que tudo estava resolvido. No dia da morte, meu irmão estava comendo pizza com a namorada. O Jessé chegou, disse que era policial, pediu do Denis e quando o viu, atirou e matou”, desabafou.
Réu confesso
Em depoimento, Jessé Alves, que está preso, confessou o crime, mas disse que foi em legítima defesa e que ele era ameaçado pela vítima. Jessé foi preso um mês depois da data do crime e confessou a prática. Mas, primeiro, em parceria de Cleberson, induziu um adolescente a assumir o crime. Apesar da apresentação do menor de idade, a polícia desconfiou porque a garota, que estava com Denis no momento do crime, reconheceu a voz de Jessé, a partir de um áudio que o acusado mandou para um policial, tentando se desvencilhar de qualquer suspeita. O que gerou mais dúvida na polícia, na época, é que o acusado morava a uma quadra da vítima, e não foi “registrar” a morte, apesar de trabalhar na imprensa cascavelense e ter contatos no meio policial.
Articulação
No julgamento, o Ministério Público mostrou conversas telefônicas grampeadas dos acusados, que ajudaram a comprovar a autoria. “Dos dois, o Jessé é o mais perigoso, porque é articulador, tem boa dicção, boa conversa, tanto que se infiltrava no meio policial, escutava o rádio da polícia, e usava de um trabalho na imprensa para saber de detalhes importantes”, afirmou aos jurados o promotor Alex Fadel.