Quem leu o livro ou assistiu ao filme Inferno, de Dan Brown, pode começar a dar asas à imaginação no mundo das teorias de conspiração. O escritor monta uma trama, com algumas alusões à obra de Dante, na qual o mundo precisa “eliminar” boa parte da população sob o risco de faltar comida, água e outros suprimentos. A solução era espalhar um vírus mortal.
A ficção parece estar sendo copiada pela realidade nos vídeos e nos relatos que vêm da China. Quem imaginaria as ruas de Pequim às moscas? Cidades sitiadas? Pessoas desmaiando em vias públicas e sendo resgatadas por agentes de roupas especiais? Parece que o inferno realmente chegou.
Depois de ter subestimado o risco, a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou ontem estado de emergência global em razão da disseminação do coronavírus. São pelo menos 7,7 mil casos confirmados e 170 mortes na China, mas a doença já chegou a 19 países.
No Brasil, o Ministério da Saúde tem insistido que não há motivos para pânico porque a taxa de letalidade é baixa. A exemplo da OMS, é precipitado subestimar o novo coronavírus que tem desafiado os cientistas do mundo inteiro, e coerente, sim, buscar a prevenção, cercar-se dos cuidados necessários, evitar que mais esse problema nos atinja. Afinal, nós, brasileiros, nem conseguimos dar conta do mosquito da dengue…
Há algumas décadas, a China era um dos pontos mais distantes do Brasil. Hoje, estamos todos conectados.