Quando se diz que a educação é melhor caminho para o futuro de uma nação, fala-se de criar gerações capazes de contribuir de maneira significativa para o desenvolvimento socioeconômico.
Embora já seja até senso comum, muito explorado em tempos de campanha eleitoral, a lógica é inegável. A educação é a chave de tudo, capaz de modificar a sociedade, para o bem ou para o mal.
A criação de cotas para as chamadas minorias ainda divide opiniões. Mas quando se analisam alguns dados é que se percebe que existe um verdadeiro precipício entre os sistemas privado e público no Brasil. E não precisa ser um gênio para antever que, sim, o aluno do primeiro terá muito mais condições de se desenvolver muito bem profissionalmente, enquanto o segundo ou precisará de muito mais esforço para preencher o vácuo que a escola deixou, ou terá de se contentar com oportunidades mal remuneradas e, assim, repetir o ciclo.
O Brasil é um dos países com maior desigualdade de aprendizagem entre os estudantes considerados ricos e pobres, segundo os critérios da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
Dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) mostram que, em todas as provas, o grupo de brasileiros entre os 33% dos alunos de todo o mundo com nível socieconômico mais alto teve nota média mais de 100 pontos acima dos 33% de alunos com nível socioeconômico mais baixo.
Considerando todos os 80 países participantes do Pisa 2018, a desigualdade brasileira é a quinta maior em matemática, e a terceira maior em leitura e em ciências.
É quase como se fosse imposto um sistema de castas pela desigualdade quando o assunto é educação. Cruel, mas real.