Opinião

HU: Jogo de empurra

Por Carla Hachmann

O HU (Hospital Universitário) de Cascavel já nasceu de maneira meio torta. Após anos da estrutura abandonada, o antigo Hospital Regional deu seus primeiros passos, de maneira capenga e na força. Anos depois, virou universitário com a promessa de que “dias melhores viriam”.

Referência para o oeste e o sudoeste, desde então o HU viveu dias de muito caos, corredores lotados, denúncias, calotes, greves. Alguns dos problemas apenas mudaram para outros tão ou mais complicados.

Trazendo para o “caos atual”, o HU chegou ao absurdo de não ter insumos básicos para atendimento. Seringas, luvas, analgésicos e antibióticos são alguns dos produtos mais usados e corriqueiros que, acreditem!, não têm em estoque. Para não matar os pacientes, a direção tem emprestado medicamentos de outros hospitais. Seria de rir se não fosse algo tão sério.

Má gestão? O secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, chegou a cogitar essa possibilidade há cerca de um mês e anunciou uma revisão nos contratos da instituição. Mas, até agora, nenhuma solução apresentou.

Pouco dinheiro? Essa é a desculpa da Unioeste, responsável pelo HU, que, semana após semana, garante que já está “sendo tudo resolvido”.

Agora, para piorar, o HU se vê às voltas com uma greve de médicos que estão com os salários atrasados e na iminência de perderem o emprego. É que a partir de 26 de agosto todos deverão ser substituídos por concursados, cujo concurso está suspenso pelo Estado e sem previsão de a situação ser resolvida.

Em resumo, o HU virou um jogo de empurra, um tentando esconder o caos, outro tentando sobreviver ao caos, enquanto os pacientes rezam para não ser uma das vítimas dessa falta de organização.