O estágio se prova como uma modalidade essencial para a inserção de jovens no mercado de trabalho. Isso porque a iniciativa tem como foco ajudar o indivíduo a aplicar, na prática, o conteúdo desenvolvido em sala de aula. Entretanto, outro ponto crucial desse tipo de contratação é sobre seu papel para evitar a evasão escolar.
Regras legais
A lei 11.788/2008 define: só pode atuar como estagiário quem está inscrito e frequentando uma instituição de ensino médio, técnico ou superior. Aqueles cursando os dois anos finais do nível fundamental pela Educação de Jovens e Adultos (EJA) também podem procurar vagas desse tipo. Justamente por isso, essa atividade tem como principal objetivo ser um incentivo profissionalizante para a parcela da população em maior vulnerabilidade no quesito empregabilidade.
De acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), são mais de 11 milhões de brasileiros entre 15 e 29 anos fora da escola. Esses dados são difíceis de ignorar, principalmente quando levamos em conta a importância da educação para o desenvolvimento social, político e econômico de uma nação.
Potencial do país é enorme
O Brasil tem um potencial gigantesco e uma grande parcela da população é composta por jovens. Esses, por sua vez, veem portas nas empresas se fechando. Segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a taxa de desemprego para quem tem entre 18 e 24 anos é de 29,8%, superando o dobro do cenário geral.
Portanto, estagiar garante ao talento a chance de ingressar no ambiente corporativo, aumentando suas oportunidades para começar, a partir daí, a construção de sua carreira. O incentivo monetário, oferecido pelo pagamento da bolsa-auxílio mensal, também é crucial.
Prejuízos da evasão
Para o economista-chefe do Instituto Ayrton Senna, Ricardo Paes, essa evasão nacional na adolescência causa um prejuízo de R$ 151 bilhões anualmente. Sendo assim, o valor recebido incentiva o estudante admitido a ajudar com as despesas em casa e, por muitas vezes, até mesmo para financiar sua jornada acadêmica.
Com isso, o estágio desempenha um papel social imprescindível para garantir às novas gerações um futuro mais próspero e sólido. Levando em consideração, inclusive, o ensino superior. O maior volume de alunos matriculados nesse nível estão em instituições privadas. São mais de 75,4% de universitários pagantes, segundo o último Censo Inep/MEC. Assim, ser estagiário pode garantir, além do crescimento profissional, a manutenção dos custos acadêmicos.
Como essa modalidade não gera vínculos empregatícios, a entidade contratante é isenta dos encargos trabalhistas. Dessa maneira, não é preciso pagar FGTS, INSS, 13º salário, ⅓ sobre férias e verbas rescisórias. Isso é feito para incentivar os gestores a incluírem essa parcela da nação em suas equipes.
Portanto, líderes e empreendedores, aproveitem a grande chance de agregarem aos times pessoas proativas, com conhecimentos frescos e muita disposição. Isso fará diferença nos resultados da companhia, mas também contribuirá para a construção de um Brasil mais justo e inclusivo!
*Carlos Henrique Mencaci é presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios