Almayr Huszcz: Um dirigente idealista

Hoje com 75 anos, Almayr Huszcz acompanha o automobilismo só pela TV, mas na década de 80 e inícios dos anos 90, foi um dirigente atuante do automobilismo de Cascavel, tendo integrado a diretoria do Automóvel de Cascavel por diversas gestões, ocupando cargos de secretario, tesoureiro e por diversas vezes vice-presidente. Trabalhou intensamente em gestões dos presidentes Jefferson Ribeiro da Fonseca, Paulinho Mion, Orlando Chemin e Ildo Rebelatto. Foi “peão” para toda obra, fez o que precisava e chegou à condição de diretor de prova. Almayr se notabilizou como um dirigente idealista.

Almayr chegou ao Automóvel Clube de Cascavel em 1979 a convite de Jefferson Ribeiro da Fonseca, que tinha acabado de ser eleito presidente do clube. Ele veio de Curitiba para trabalhar na Festugatto Veículos, revenda Fiat. A empresa da tradicional família cascavelense patrocinava Jefferson na Copa Fiat 147. “Como trabalhava com papéis na Festugatto, o Jefferson me convidou para ser o secretário do clube. Iniciamos um trabalho de organização do quadro associativo e também de números, dados de pilotos e provas. A partir daí fui sempre convidado para integrar outras diretorias e fui aceitando. Cheguei a ser diretor de prova”, frisa Almayr.

Avaliando o que era o automobilismo no passado, Almayr diz que tudo era difícil, as exigências da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) era muitas e faltava dinheiro para tudo. Ela diz que por outro lado, as pessoas eram mais participativas, bastava pedir um patrocínio, que todos colaboraram. “Naquele tempo as pessoas colaboravam mais, hoje não mais interesseiras. O espírito coletivo ficou para traz”, frisa Almayr.

Pilotos melhores

Falando de pilotos, Almayr destaca que no passado os pilotos eram melhores e tinham que ser. “Os carros não tinham tecnologia. O cara um tinha que se virar nos 30 a cada curva. Se errasse uma marcha, comprometia a corrida. O cara tinha que ter braço para entrar na pista. A seleção era feito por talento. Hoje tudo é tecnologia, os carros praticamente andam sozinhos. Quem tem mais dinheiro vai andar na frente. Acho que isso tirou um pouco da graça de pilotar”, acentua Almayr.

Sobre pilotos, Almayr diz que os pilotos locais, de Cascavel, da região e do Paraná, eram muito bons, tanto que pilotos deles brilharam a nível nacional, mas ver o paulista Ingo Hoffmann pilotando era uma coisa encantadora, da gente ficar na beira do alambrado admirando”, diz Almayr.

Valorização

Na condição de quem trabalhou por anos de forma voluntária pelo automobilismo de Cascavel, colocando próprio carro para atuar como viatura de serviço, em outras ocasiões colocando a mão no bolso para ajudar a pagar contas do clube, para cobrir despesas de provas, Almayr acha que Cascavel tinha que valorizar mais o autódromo, o automobilismo.

Ao mesmo tenho que reconhece que o autódromo projetou Cascavel, Almir acha que Cascavel tinha que explorá-lo mais. Tinha que atrair mais eventos, fazer com que a cidade estivesse mais na mídia nacional e internacional. “Deveríamos ter eventos todo fim de semana. Isto seria importante para a cidade. Gera muito empregos. Muitas famílias vivem em função do autódromo e este número poderia ser muito maior. O autódromo melhorou muito do tempo que estive no Automóvel Clube, mas poderia ser muito melhor. Quero viver para ver o nosso autódromo como o melhor do Brasil. Creio que vai surgir uma pessoa, um prefeito ou um grupo de pessoas que irá fazer isso”, completa Almayr.