Cotidiano

Zebras não tem úlceras

Por Karine Rizzardi

Você sabia que o simples fato de recordar um evento estressante na sua vida (que não passa de um fio de pensamento), seu cérebro automaticamente libera uma descarga de neurotransmissores associado ao stress?

Já era do seu conhecimento que até as lágrimas de alegria, são diferentes das lágrimas de tristeza? Pois é! Elas sofrem composições químicas diferentes, o que comprova que uma pessoa triste apresenta lágrimas mais viscosas.

Curiosamente, até as células no nosso corpo mudam dentro de nós, conforme o tipo de música que escutamos e o estilo pensamentos que temos.

Com tanta influência negativa ao nosso redor, nem estômago de zebra resiste, não é verdade?

Mentira. A zebra é tão esperta, que nós deveríamos começar a agir como elas. A mesma só fica estressada um minuto antes de se defender do predador (leão) na savana, até sessar o perigo de morte. Passado esse tempo, ela nem sabe mais o que aconteceu e volta ficar numa boa, tranqüila e vivendo sua vida bela e formosa (o que faz o ph do estômago regularizar automaticamente).

Quase igual a gente, não é! Tendemos a remoer os problemas e tentamos nos defender das dificuldades, mesmo quando não há leões de verdade.

O autor dessa tese, nada mais é do que um acadêmico chamado Robert Sapolky. No final de sua tese de mestrado, todos os outros alunos escolheram estudar a vida dos macacos e sobrou para ele ter que observar a vida das zebras. Após sua descoberta ter sido conclusiva, ele foi o único aluno a ter destaque científico por explorar melhor a semelhança das zebras, com o comportamento humano.

Ele comprovou que pessoas que se preocupam e se desgastam demais com as situações da vida, ao longo do tempo passam pela morte de vários neurônios como conseqüência.

Sapolsky afirma também, que pessoas mais estressadas comem mais carboidratos e que um homem em crise de meia idade, não é mais estressado porque bebe mais álcool, fuma ou come mais gordura, mas simplesmente porque “ele se mantém em situações de estresse”.

Penso que em muitas vezes não é possível se desfazer imediatamente das situações de estresse, mas para não abusarmos do ph do estômago, vale a pena agir como as zebras.

Podemos não ter que matar “leões” de verdade, mas com essa informação, possivelmente conseguiremos domar os “leões imaginários”.

 

A autora é psicóloga especialista em casais e família

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