Cotidiano

World Class 2016 valoriza os sabores líquidos do Brasil

Smash Pepino _ foto Jerome.jpg

Que os sabores do Brasil são infinitos, já sabemos há tempos. Mas aliar nossas frutas, folhas e PANCs a técnicas elaboradas e precisas do universo dos drinques é desafio diário.

Na etapa nacional do World Class Competition, o maior campeonato de coquetelaria do mundo, dez dos melhores profissionais de bar do país e a própria competição, mostraram que estão em dia com essa missão.

? Os jurados internacionais gostam muito da brasilidade, mas a gente tem vergonha. Enquanto ficamos copiando o que estão fazendo lá fora, estão olhando para cá para criar coisas novas ? diz Nicola Pietroluongo, embaixador da Diageo no Brasil. ? Temos sabores que os outros não entendem, e é isso que temos que mostrar.

World Class Competition 2016 _ Marcos Félix (Bar. SP) _drinque Cariri (1).jpg

Para escolher o melhor bartender do país, os competidores passaram por dois dias de desafios, como o Fruit and Plants, de drinques autorais com conceito de sustentabilidade; o Seasons Summer and Winter, com um coquetel fresco para o verão e um mais envolvente para o inverno; e, o mais emocionante, o Against the Clock, no qual os competidores têm que preparar oito coquetéis em dez minutos.

? Se você é capaz de fazer todos aqueles coquetéis com uma boa técnica e a cabeça funcionando, isso mostra que você é uma pessoa de bar ? avalia Nicola. ? É o desafio mais importante.

SABOR E BOROGODÓ

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Sai a razão, entra a emoção. O eleito para representar o Brasil na final global, Marcos Felix, do bar., de São Paulo, tem perfil bem diferente do sisudo e prodígio Kennedy Nascimento, vencedor de 2015. Durante os dois dias de provas, o paraibano de Juazeirinho preencheu o balcão com criatividade, técnica e carisma.

? Trabalho com o coração. O balcão é um palco para entreter as pessoas, desde quando elas chegam até a hora de deixar o bar ? diz Felix, apostando no borogodó brasileiro para impressionar os jurados na final global em Miami, em setembro.

Entre as criações do melhor bartender do Brasil, estão o Cariri, coquetel autoral que resgata as raízes de Felix, com Ypiocá 5 Chaves, Cynar, e bitter de aipo; e o Smash de Pepino, que leva gim Tanqueray, pepino e limão siciliano.

À frente de um dos balcões mais interessantes de São Paulo ? e com uma carta de gims de cair o queixo ?, Felix já sabe por onde devem ir as criações que levará para a final.

? Vou levar muita coisa da cozinha para o bar, e manter o foco no Brasil ? diz.

Pela primeira vez, o Brasil teve uma final internacional. Quatro uruguaios vieram decidir aqui o representante do país no campeonato. O título ficou com Alvaro Pereira, do La Ochava, em Montevideo.