Cotidiano

Voluntários são picados por mosquitos contaminados para desenvolver vacina contra Malária

WASHINGTON- Um grupo de pesquisadores infectou mosquitos de laboratório com parasitas de malária geneticamente debilitados e recrutou voluntários para serem picados por eles. A ideia é testar uma possível estratégia para desenvolver uma vacina. O estudo foi publicado na revista científica “Science Translational Medicine”

O plano é vacinar usando parasitas vivos debilitados demais para causar a doença, uma vez que irá expor o sistema imunológico à malária, mas o parasita não será capaz de completar seu ciclo de vida para causar doença. A malária infecta mais de 200 milhões de pessoas por ano no mundo, e mata cerca de meio milhão de pessoas. Até o momento, os mosquiteiros e inseticidas são as melhores proteções.

À espera de uma melhor proteção, uma equipe de Seattle está criando uma vacina com parasitas vivos enfraquecidos. Os pesquisadores do Centro de Pesquisa do Câncer Fred Hutchinson e o Centro de Pesquisa de Doenças Infecciosas tiraram três genes dos parasitas de malária que são primordiais para a infecção.

Depois disso, implantaram os parasitas geneticamente debilitados nos mosquitos e “vacinaram” dez voluntários saudáveis com a picada dos insetos criados em cativeiro. Durante cerca de dez minutos, cada participante do estudo esticou o braço para que fossem picados entre 150 e 200 vezes.

Isso porque, segundo o médico James Kublin, pesquisador do Centro Fred Hutchinson, os cientistas ainda não sabem como criar parasitas de malária sem ser nas glândulas salivares do mosquito. Caso o método funcione, o problema será converter as picadas com os parasitas em uma vacina tradicional.

Atualmente, candidata mais avançada à vacina contra malária, feita com partes do parasita, protege somente cerca de um terço das crianças. Ainda assim, a Organização Mundial de Saúde planeja projetos pilotos na África em 2018 para provar se a proteção parcial oferece benefício suficiente para ser usada de maneira generalizada.