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Vôlei feminino: Como conter a adorável Kim?

Ela até provoca do outro lado da rede. Mas é tão simpática, alegre e querida pelas brasileiras que a zoação se torna uma brincadeira entre elas. A coreana Yeon-Koung Kim, uma das melhores jogadoras do mundo, eleita MVP de Londres-2012, quando terminou como a maior pontuadora da edição, com impressionantes 207 pontos, vai enfrentar a seleção brasileira de vôlei, hoje, às 22h35m, no Maracanãzinho. Não é exagero definir o confronto entre Kim e Brasil. Ela bate cerca de 90% das bolas da Coreia e, segundo o técnico Zé Roberto e suas comandadas, passa pelo bloqueio. Volei -1008

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? Tenho um amor intenso por ela. É uma grande amiga desde os tempos do Fenerbahce ? diz Fabiana, que atuou na Turquia na temporada 2011/2012. ? E, além de gostar dela, a considero um dos fenômenos do vôlei. Tem todos os golpes, sai para tudo quanto é lado, 90% do jogo são em cima dela. Digo que ela não parece coreana, porque não é tímida, pelo contrário, é muito engraçada. E até no meio do jogo brinca. Na rede, tira onda quando pontua. Ela olha com aquela cara… e a gente também faz isso.

Sheilla, que cruza na maioria das vezes com Kim na rede, tem a tarefa árdua de ?beliscar? o ataque poderoso da magrela de 28 anos, 73kg, 1,92m, com alcance de ataque de 3,10m e de bloqueio a 3m. Sheilla, que também ficou amiga da coreana na Turquia (joga pelo rival Vak?f Bank desde 2014), brinca com Kim durante todo o jogo, dizendo que vai pegá-la. Nesse caso, o desafio é saudável, diferentemente da época em que Cuba provocava o Brasil na rede com ofensas:

? A Kim é uma das referências mundiais, uma das melhores do mundo. Mesmo marcando-a, sabemos que ela vai pontuar. Pelo menos seu erros temos de pegar ? fala Sheilla, que diz que sentirá saudade da amiga quando se aposentar da seleção pós-Olimpíada.

VANTAGEM BRASILEIRA

A coreana liderou a pontuação em Londres, com 207 pontos ? à frente da americana Hooker Destinee, com 161, e Sheilla, com 140 pontos ?, mas terminou em quarto lugar (não foi a Pequim por causa de uma lesão). Mesmo com três operações no joelho, foi peça-chave na vitória sobre o Brasil por 3 a 0, com 21 pontos. Na Rio-2016, marcou 30 pontos (28 de ataque) na vitória por 3 a 1 sobre o Japão. Na derrota por 3 a 1 para a Rússia, fez 20 (16 de ataque); e contra a Argentina, 19 pontos (16 de ataque).

? Não tem jeito. Passa mesmo (pelo bloqueio) ? conforma-se diz Zé Roberto, que já foi técnico de Kim no Fenerbahce, na Turquia, em 2011/2012, quando lhe deu o apelido de ?cabeção?. ? É uma das melhores jogadoras do mundo. Tem versatilidade incrível. Difícil de ser marcada, é completa em todos os fundamentos. Talvez o que ela tenha mais dificuldade é no bloqueio. Mas, no resto, dá aula! Apesar de montar um sistema defensivo para ela, ela consegue sair. É impressionante. Pode botar a melhor bloqueadora do mundo, que não pega a Kim. Ela joga o bloqueio para um lado e sai para o lado contrário. Não dá.

Kim diz que o jogo contra o Brasil será duro, mas que é possível vencer. A Coreia está próxima da classificação para a etapa seguinte.

? O Brasil tem time muito forte, está no seu momento. Mas, se a gente jogar um pouco melhor do que fizemos contra a Rússia, podemos ganhar. Mesmo nesse ginásio, com a torcida brasileira. Ganhamos em Londres e pode acontecer de novo.

Brasil e Coreia se enfrentaram cinco vezes em Jogos Olímpicos, com três vitórias brasileiras e duas derrotas, uma em Londres por 3 a 0. Já classificado para as quartas de final, o Brasil busca a liderança do Grupo A. Os recordes dos Jogos Olímpicos Rio-2016