Cotidiano

?Vimos o caminhão correndo em direção das pessoas?, contou mineira

NICE ? Quando o casal Débora e Miikka Rosendahl escolheu a Riviera Francesa para descansar o casal não imaginava que a experiência seria a mais traumática de suas vidas. A jornalista e o marido assistiam a queima de fogos da comemoração da Queda da Bastilha, quando percebeu que um caminhão corria em alta velocidade em direção as pessoas que estavam na festa.

? Quando vimos que o caminhão estava correndo, batendo em placas e vindo na direção das pessoas, nós corremos. Corremos muito até chegar em nosso hotel. A rua estava cheia e ouvimos muitos gritos e barulhos. Foi a pior coisa que acoteceu na minha vida ? contou a jornalista que mora na Finlândia.

? Vamos embora hoje, não quero mais ficar aqui. Minhas férias acabaram.

Radicada há 20 anos em Nice, na França, a psicóloga Suerda Albuquerque de Sena, contou que jamais viu algo tão triste antes. Chocada com a tragédia, ela explicou que após a queima de fogos ouviu muito gritos e o som dos carros de bombeiros de sua casa.

? Cheguei a pensar que seriam gritos de alegria. Mas logo em seguida, comecei a receber mensagens de amigos que diziam estar no hall de diversos hoteis com medo novos ataques. A polícia pede para evitar os lugares públicos.

Nice Suerda trabalha em um hospital ao lado do Hospital Pasteur, para onde algumas vítimas estão sendo levadas, e relatou um pouco do que os colegas médicos estão vivendo.

? Depois dos últimos atentados na França, os médicos passaram a trabalhar em um sistema que deixa médicos e enfermeiros em alerta para qualquer atentado. Um médico, do hospital Pasteur, me contou ter feito um ?cirurgia de guerra?. O cenário é devastador, não teno palavras para falar sobre isso, disse a psicóloga que continuou: ?Apesar do boatos de Nice ser um lugar que exporta terristas, nossa cidade é tranquila e pacífica. Nunca imaginamos isso pudesse acontecer por aqui.