Cotidiano

Vice-presidente venezuelano rechaça sanções dos EUA: ?Agressão imperialista?

CARACAS ? O vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami, rechaçou nesta terça-feira as sanções que sofreu do Departamento de Tesouro dos Estados Unidos. Ele é investigado pelas autoridades americanas há anos por suspeita de participação em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, acusações que ele nega. Aissami qualificou a punição de ?agressão imperialista? e prometeu continuar no governo para recuperar a economia em crise do seu país.

?A verdade é invencível e veremos como se desvanece esta infame agressão?, disse Aissami em sua conta do Twitter, após garantir que mantinha sua moral, convicção anti-imperialista e consciência chavista intactas.

Na segunda-feira, as autoridades americanas anularam o visto do vice venezuelano, confiscaram suas propriedades nos Estados Unidos e o proibiram de realizar transações financeiras ou comerciais com instituições do país. As acusações vêm da época em Aissami ainda era ministro, a partir de investigações das promotorias de Miami e Nova York. Já o diário espanhol ?ABC? escreveu, em 2015, que Aissami, de origem sírio-libanesa, se reuniu em 2013 com Ghazi Nasr al-Dine, terrorista do grupo radical Hezbollah.

Aissami, identificado como uma das figuras mais radicais do governo, assumiu como vice-presidente no início do mês passado, após governar por quatro anos o estado de Aragua. Ele é visto como um possível candidato do chavismo para a sucessão de Maduro. Aos 42 anos, já foi deputado federal, ministro do Interior de Hugo Chávez (de 2008 a 2012) e teve funções de destaque em comissões parlamentares. Hoje, tem conquistado cada vez mais poder e funções dentro do governo. Sua escolha foi vista como um fortalecimento da ala mais dura do chavismo.

O vice disse que continuará acompanhando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, em seus esforços de recuperação econômica e garantia da paz, apesar das sanções. Estas foram as primeiras medidas do governo americano contra funcionários venezuelanos desde que, em 2014, o então presidente Barack Obama suspendeu os vistos e congelou os ativos de sete funcionários acusados de corrupção e violações de direitos humanos.