Cotidiano

Vice-líder do PT nega participação do partido para anistia de caixa 2

BRASÍLIA – Ao criticar uma “tentativa espúria” de anistiar políticos que fizeram uso de caixa dois no passado – articulação que fracassou, na última segunda-feira -, o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), vice-líder do PT na Câmara, negou nesta quarta-feira participação da legenda no acordo, costurado por todos os líderes, com exceção de PSOL e Rede. Segundo ele, a “maioria esmagadora” do partido foi pega de surpresa com a possibilidade de se votar projeto nessa linha. Houve, porém, participação de quadros do PT na articulação, entre eles o deputado Vicente Cândido (SP), que teve aval do líder Afonso Florence (BA) para participar das tratativas.

? O PT não participou disso. Se eventualmente algum parlamentar participou dessas conversas, isso é muito diferente de tentar caracterizar que a bancada do PT tenha participado de qualquer acordo nesse sentido ? disse Pimenta.

O deputado afirmou que a tentativa de absolver atos pregressos de caixa dois beneficiaria partidos da base do governo Michel Temer, cujos deputados teriam, segundo ele, recebido garantias do peemedebista de que seriam “salvos” da Lava-Jato caso afastassem Dilma Rousseff.

? A maioria esmagadora de parlamentares do PT reagiu de maneira indignada, porque enxergam nesse tipo de projeto uma possibilidade de pagamento de acordos do golpe para beneficiar partidos da base. Não participamos e não participaremos de qualquer acordo com objetivo de estabelecer anistia ou beneficiar pessoas envolvidas em algum tipo de irregularidade.

CRÍTICAS A GEDDEL

Para o vice-líder do PT, as declarações do ministro Geddel Vieira Lima – que disse entender que a prática de caixa dois não é crime e que os que cometeram esse tipo de delito no passado não devem ser punidos – reforça o que Temer teria prometido às legendas da base do governo, de que ele atuaria para salvá-los da Lava-Jato.

? O que o Geddel está dizendo é aquilo que o Temer prometeu, que ele trabalharia para impedir que parlamentares sejam responabilizados criminalmente. Nenhuma surpresa, ele tornou público aquilo que os líderes do Temer tem repetido nos corredores aos parlamenrartes ? disse, completando:

? O governo Temer está diante de uma encruzilhada, seus aliados cobram que ele cumpra as promessas que fez, quando afirmava que resolveria a situação dos investigados. Assistimos a uma tentativa do governo em pagar dívidas pendentes do golpe ? concluiu o petista.