Cotidiano

Vibrador conectado é vulnerável a ataques hackers

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RIO ? A próxima onda do mercado de tecnologia é a chamada internet das coisas, com a integração de chips e sensores em objetos comuns. Os primeiros produtos já estão chegando no mercado. Há dois anos, uma companhia canadense especializada em produtos eróticos lançou o We-Vibe 4 Plus, um vibrador conectado que permite ao parceiro controlar o brinquedinho remotamente, por meio de aplicativo no smartphone. O problema é que ele pode ser hackeado.

Na conferência Def Con, realizada na semana passada em Las Vegas, dois pesquisadores independentes de segurança cibernética da Nova Zelândia, que se apresentam como Goldfisk e Follower, revelaram que a forma como o vibrador se conecta ao aplicativo não é seguro, tornando possível que algum hacker assuma o controle do brinquedo. Alguns podem dizer que a segurança de um vibrador não é importante, pois o máximo que o hacker pode fazer é ativá-lo.

? Muitas pessoas no passado disseram que esta questão não é séria ? disse Follower, segundo o ?Guardian?. ? Mas se você se atentar ao fato que nós estamos falando sobre pessoas, a ativação não desejada de um vibrador é potencialmente uma violência sexual.

Além disso, os pesquisadores descobriram uma invasão na privacidade mais íntima dos usuários. O vibrador envia à fabricante, Standard Innovation, a temperatura do aparelho a cada minuto, e a cada vez que a intensidade do vibrador é alterada. Com esses dados, é fácil descobrir quando e com que frequência o vibrador está sendo usado.

? Quais as implicações para quem eles vão dar esses dados? ? questionou Goldfisk. ? Nas políticas de privacidade, eles dizem ?nós reservamos o direito de divulgar informações pessoais, se requerido por lei?. Mas o que isso realmente significa?

Em comunicado, a Standard Innovation afirmou que os dados são coletados por ?propósitos de pesquisa de mercado, para que nós possamos compreender melhor quais ajustes e níveis de intensidade as pessoas mais gostam?.

? Nossa razão para coletar a temperatura do hardware é puramente para diagnóstico de funcionamento ? acrescentou Frank Ferrari, presidente da companhia. ? Entretanto, qualquer mudança na temperatura não é significativa para indicar a localização do produto. Os dados só são coletados quando o aplicativo está em uso.