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Veterano de Olimpíada será porta-bandeira da Rússia na abertura

Veterano em Jogos Olímpicos, o atacante do vôlei russo Sergei Tetyukhin carregará a bandeira da Rússia na cerimônia de abertura do Rio-2016, depois de 108 atletas serem cortados da delegação por conta de um esquema de doping patrocinado pelo Estado do país. A escolha, que inicialmente seria divulgada no dia 3 de agosto, após o hasteamento do pavilhão nacional na Vila Olímpica, veio à tona pelas redes sociais da bicampeã olímpica Yelena Isinbayeva. Suspensa da competição junto ao time de atletismo russo, Isinbayeva usou o Instagram para contradizer o treinador, Yevgeny Trofimov, segundo quem a atleta de salto com vara teria recebido o convite para ser a porta-bandeira mesmo sem competir. Embora liberado, o time de vôlei abriga cinco jogadores que nunca foram submetidos a exames de substâncias proibidas.

Em sua sexta Olimpíada, Tetyukhin é o jogador mais experiente da seleção de vôlei russa e também o mais vitorioso: além das medalhas de ouro em Londres-2012, prata em Sidney-2000 e bronze em Atenas-2004 e Pequim-2008, o atacante subiu ao lugar mais alto do pódio na Liga Mundial de 2002 e na Copa do Mundo de 1999 e 2011. O time de vôlei da Rússia foi liberado para competir na noite de quarta-feira. Antes disso, decidiu cortar Alexander Markin, um dos destaques da equipe, por temer ser cortado do Rio-2016 depois que testes de doping apontaram nas amostras de sangue do ponteiro a presença de meldonium — mesma substância que culminou na suspensão de dois anos da tenista Maria Sharapova.

Ao GLOBO, o presidente da FIVb, Ary Graça, informou que todos os atletas do vôlei russo não registravam histórico de doping. Admitiu, no entanto, sem citar nomes, que cinco jogadores nunca foram testados. Nos exames para substâncias proibidas, os esportistas testados são escolhidos via sorteio. Mas o porta-bandeira parece não se preocupar: “Se necessário, podemos fazer teste de doping todos os dias”, disse Tetyukhin à mídia local.

A revelação de Yelena Isinbayeva, mais do que incentivo, foi resposta aos internautas e à mídia, que punham fé na liderança da bicampeã olímpica depois que seu treinador, Yevgeny Trofimov, relatou o convite de porta-bandeira da atleta. A declaração ganhou força com a presença da esportista no encontro da delegação com o Kremlin, na quarta-feira, quando ficou ao lado do presidente Vladimir Putin e até discursou aos compatriotas.

“Eu falei com a Lena na noite de ontem. Foi oferecida a ela a chance de carregar a bandeira do nosso time, mas, você sabe, será difícil para ela fazer isso e depois só assistir os outros competirem”, relatou Trofimov à agência Tass. Isinbayeva se apressou para esclarecer: “O porta-bandeira na Olimpíada do Rio já foi selecionado — é um grande atleta, o jogador de volei campeão olímpico Sergey Tetyukhin”.