RIO – Quando os cientistas Andre Geim e Konstantin Novoselov isolaram o grafeno, em 2004, provavelmente não imaginaram que, anos mais tarde, o material, 200 vezes mais forte que aço e o melhor condutor de eletricidade conhecido pelo homem, estaria circulando em passarelas de moda. Mas eis que, nesta quarta-feira, uma equipe de desenvolvedores de tecnologia vestível divulgou um pequeno vestido preto feito com grafeno que muda de coloração conforme a respiração de quem o está usando.
O grafeno é um material fantástico capaz de revolucionar o cotidiano do planeta. Trata-se de uma forma de carbono com a espessura de um átomo, um milhão de vezes mais fino que um fio de cabelo humano.
Pode trazer benefícios para a comunicação, a geração de energia e meios de transportes não poluentes. A dupla de cientistas da Universidade de Manchester que isolou o grafeno recebeu pela façanha o Prêmio Nobel de Física de 2010.
O vestido foi divulgado na mesma cidade de Manchester, no Reino Unido, onde Glem e Novoselov conduziram seus estudos com o material. A roupa é capaz de mudar de cor em sincronia com a respiração de quem o veste devido ao uso de minúsculas luzes de LED em sua composição. O grafeno funciona aqui como um senhor que grava a respiração da pessoa, além de acionar as luzes de LED.
Materiais mais convencionais foram usados para dar forma ao vestido, que deve ser visto nas passarelas de Nova York, Paris e Milão em breve. Os designers que participaram da confecção esperam que essa tecnologia seja, no futuro, usada para fabricar tecidos que podem ser programados para mudar de cor e até mesmo de forma.
“Este é um projeto fantástico. O grafeno ainda está em sua infância no que diz respeito a aplicações no mundo real e exibir suas propriedades incríveis por meio da moda é muito empolgante”, disse o pesquisador Paul Wiper, do Instituto Nacional do Grafeno em Manchester.
