Cotidiano

Versão atual do Partido Republicano precisa morrer, diz colunista do NYT

SÃO PAULO – Às vésperas das eleições presidenciais americanas, o colunista do jornal ” The New York Times” Thomas Friedman disse que os partidos precisarão passar por uma “mudança radical” para extrair o seu melhor. Após palestra em um evento em São Paulo, quando questionado sobre o tema, Friedman fez duras críticas ao Partido Republicano, que lançou o magnata Donald Trump, dizendo que essa versão da legenda “precisa morrer”.

– Esse é um partido que, na minha opinião, desde a Sarah Palin (candidata à vice-presidente em 2008) se vende para aquele que consegue motivar a base, como se fosse um jardim que a liderança abandona. E aí aparece o Donald Trump, que é uma espécie invasora e toma conta do jardim inteiro. Eu acredito que, para a saúde do país, essa versão do Partido Republicano precisa morrer e se o Trump matar o jardim ele fez um trabalho divino.

Friedman afirmou ainda que o país precisa “desesperadamente” de um partido de centro-direita papel que, para ele, o Partido Republicano não tem exercido.

– Isso não é um partido de centro-direita. Se tornou um monstro e nos prejudica muito – disparou Friedman, dizendo ainda que, nos últimos seis anos, os Estados Unidos são “uma democracia de um partido só”.

Durante a palestra, o colunista fez uma outra crítica indireta a Trump ao dizer que alguns políticos acham que podem “parar o furacão com um muro”, fazendo referência à sua polêmica proposta de construir um muro que separa os Estados Unidos e o México.

Friedman declarou que torce pela vitória da democrata Hillary Clinton e “pelo futuro da democracia, dos valores e da economia”, embora acredite que o seu partido não seja a solução para todos os problemas.

– O desafio (do partido Democrata) é chegar para a esquerda e contar uma verdade fundamental: acabou essa história de mediano está bom. Há 50 anos em Baltimore você podia abandonar o ensino médio, arrumar um emprego, se sindicalizar e ter uma vida média. Hoje, a maior empresa lá é o John Hopkins Hospital onde você não corta grama caso não tenha um mestrado. Não dá mais para ser mediano, você tem que ser um aprendiz vitalício. É o que a centro-esquerda tem que falar para a classe operária e eles se afastam dessa verdade.