Policial

Versão apresentada por autor é fantasiosa, afirma delegado

Em reconstituição, acusado pôde contar em detalhes sua versão dos fatos

Cascavel – A Polícia Civil realizou na tarde desta terça-feira (1º) a reconstituição do latrocínio que vitimou Ingrid Lapuse, de 38 anos, no último sábado (28). O acusado do crime, Joelson Telles, de 26, pôde contar em detalhes sua versão dos fatos.

Segundo o rapaz, ele teria dormido em uma casa abandonada, na Rua Rui Barbosa, na sexta-feira (27). No dia do crime, ele teria pulado dois muros de residências vizinhas, e invadido a casa de Ingrid pela janela de um quarto.

Um dos pontos de contradição é o fato de Joelson afirmar que a vítima teria ido até a cozinha no momento em que ele adentrou a casa, pegado uma faca e corrido de volta para seu quarto. No entanto, a faca não foi encontrada pelos investigadores. Ele diz ter perdido a faca quando foi abordado pela Polícia Militar, horas após o crime.

De acordo com o suspeito, ele foi até o quarto, onde teria sido atacado pela vítima. Neste momento, ele teria entrado em luta corporal com Ingrid e, utilizando um cinto, teria a apenas amarrado-a na maçaneta da porta, sem a intenção de matá-la.

“Eu fui deitando ela com cuidado para não machucá-la”, argumentou.

Para a Polícia Civil, este é outro ponto contraditório, já que a investigação não aponta para lutar corporal. O próprio suspeito acaba contando fatos diferentes. Durante a reconstituição, Joelson chegou a afirmar que a vítima não teria reagido.

Após enforcar a vítima, Joelson revirou o guarda-roupas em busca de pertences e dinheiro. Conforme a versão do acusado, a vítima ainda estaria se mexendo no momento em que ele deixou o cômodo. Em seguida, o suspeito fugiu da residência levando um televisor e o carro de Ingrid.

Para Chohfi, a reconstituição serviu para esclarecer detalhes importantes sobre o crime. No entanto, conforme o delegado, a simulação também mostrou que a versão apresentada pelo suspeito é pouco provável de ter acontecido, já que Joelson apresentou diversas contradições ao longo dos depoimentos.

“Foram revelados detalhes importantes. Mas sabemos que grande parte da versão apresentada por ele é fantasiosa. É muito difícil que os fatos contados por ele tenha ocorrido”, comentou o delegado-chefe.

Para a polícia, a principal hipótese é de que a vítima estaria dormindo quando foi surpreendida pelo suspeito.

Joelson estaria passando fome

Segundo a advogada de defesa de Joelson, Valdiana Pavão dos Santos, seu cliente entrou na casa com a intenção apenas de se alimentar. O rapaz teria vindo de Laranjeiras do Sul e estaria passando fome, perambulando pelas ruas.

“Ele admitiu estar sob efeito de drogas e teria agido sem pensar. Ele invadiu a residência da vítima em busca de comida, mas não tinha a intenção de matá-la”, afirmou a advogada.