Cotidiano

Vereadores assumem e voltam para a prisão

Eles foram conduzidos algemados em várias viaturas policiais e, ao adentrarem na Câmara, puderam tirar as algemas e vestir trajes sociais

Foz do Iguaçu – Foi simples e rápido o ato de assinatura do termo de posse dos cinco vereadores de Foz do Iguaçu reeleitos em outubro passado e que se encontram presos desde 15 de dezembro. Anice Gazzaoui (PTN), Rudinei de Moura (PEN), Darci Siqueira (PTN), Edilio Dall’Agnol (PSC) e Luiz Queiroga (DEM) tomaram posse na manhã de ontem sob forte esquema de segurança.

Eles foram conduzidos algemados em várias viaturas policiais e, ao adentrarem na Câmara, puderam tirar as algemas e vestir trajes sociais. O plenário estava lotado de pessoas portando poucos cartazes e faixas com frases de apoio e muitos outros com frases de protesto. Outro grupo numeroso se concentrou do lado de fora para protestar e fazer um último apelo contra a posse. Um forte contingente policial esteve a postos para evitar incidentes.

Ao término do ato de posse, determinado pela Justiça em cumprimento à legislação vigente e comandado pelo presidente interino Rogério Quadros, Dall’Agnol protagonizou um momento de tensão ainda maior ao mandar beijos para os manifestantes que protestavam no plenário.

LICENÇA

Antes mesmo de retornarem à prisão, onde terão de permanecer no aguardo da decisão judicial sobre seus recursos, Anice Gazzaoui, Edilio Dall’Agnol e Darci Siqueira pediram licença de seus mandatos, o que permitiu à mesa diretiva da Câmara convocar os suplentes Kako (PTN), Anderson de Andrade (PSC) e coronel Jahnke (PTN) para que assumam provisoriamente. Já Luiz Queiroga e Rudinei de Souza disseram que iriam se decidir sobre o assunto entre ontem e hoje.

MENSALINHO

Os cinco vereadores foram presos pela Polícia Federal ainda em 15 de dezembro, um dia após serem diplomados. Eles são acusados pelo Ministério Público Federal de receber pagamento mensal de R$ 5 mil a R$ 10 mil cada em troca de apoio às ações do ex-prefeito Reni Pereira (PSB), apontado como cabeça de um esquema que desviou em torno de R$ 5 milhões em recursos federais liberados ao município para execução de obras e serviços. O caso foi desvendado pela Operação Pecúlio, que levou à prisão de dezenas de políticos, empresários e servidores públicos.