Cotidiano

Vereador de Berlim admite em carta de suicídio ter matado homem

BERLIM – Um vereador de Berlim que cometeu suicídio neste fim de semana deixou uma carta de despedida admitindo que havia matado um outro homem dias antes. Gerwald Claus-Brunner, 44 anos, do Partido Pirata, apareceu morto junto ao corpo de um outro homem, de 29 anos, em seu próprio apartamento, na capital. A polícia confirmou que o caso está esclarecido, e a imprensa apontou sinais de crime passional. O partido do vereador foi duramente derrotado nas eleições locais da capital alemã, e acabou ficando sem representantes na Assembleia Municipal.

O corpo de Claus-Brunner e do outro homem foram achados na segunda-feira, no apartamento do político. O jovem aparentava estar morto há quatro dias, e ele, há dois. As evidências forenses mostravam que ele seria o responsável pela morte do jovem, achado com sinais de espancamento na parte superior do corpo.

Segundo a investigação, Claus-Brunner mandou na mesma semana um pacote para um colega de partido com objetos pessoais e admitindo o assassinato, que teria ocorrido na quinta-feira passada, no apartamento da vítima. As autoridades consideram o caso encerrado. De acordo com o tabloide “Bild”, o assassino teria levado-o num saco plástico até a própria casa.

Segundo a imprensa berlinense, a vítima trabalhou no gabinete de Claus-Brenner mas o denunciou por suposta perseguição em junho. No dia 16 (sexta-feira, um dia após a data provável do assassinato), o político tuitou uma foto do jovem com a legenda “Meu amor, minha vida, para sempre e para você, meu querido cabelo cacheado”.

Claus-Brunner entrou na Assembleia berlinense em 2011, defendendo o aumento dos direitos na internet. O partido, que tivera 8.9% dos votos em Berlim naquela eleição, conseguiu somente 1,7% no domingo. Claus-Brunner, que estava já morto mas seu corpo não fora descoberto, teve 2% dos votos em seu distrito, Steglitz-Zehlendorf.

Famoso por usar bandana e macacão nas sessões da Assembleia, Claus-Brunner quase foi expulso do partido neste ano por declarações polêmicas. Em 2012, ele provocou polêmica interna ao rejeitar uma cota de participação feminina no Legislativo local, chamando a proposta de “bônus de tetas”. Em seu último discurso no plenário, em junho, ele fizera piada pedindo “um minuto de silêncio para mim” no futuro.