Cotidiano

Vento e chuva deixam estragos no Oeste

Casas, pontos comerciais e estruturas públicas sofrem avarias, há registro de um ferido

São Miguel – Um dado revelado nesta semana em evento na capital mostra que mudanças sérios no clima ocorrerão no Paraná nos próximos 25 anos. Um dos dados mais preocupantes é de que a temperatura média aumentará em até 5,6 graus em algumas regiões. Todas elas, de uma forma ou outra, sentirão o impacto de alterações que aprofundam instabilidades climáticas. Nesta semana, cidades do Oeste registraram precipitação de granizo, com volume de gelo acima da média, a exemplo do que ocorreu em Cascavel, e ontem cidades registraram prejuízos com chuva seguida de vento forte.

Os estragos mais consideráveis foram registrados em São Miguel do Iguaçu, Santa Helena, Medianeira e Matelândia. Apenas cinco minutos de vento acima dos 60 quilômetros, na madrugada, foram suficientes para deixar moradores de São Miguel apreensivos. A Defesa Civil teve muito trabalho, principalmente em função do corte de galhos e árvores derrubadas e com a distribuição de lonas a famílias que tiveram parte do telhado das casas destruído. A quinta-feira seguiu nublada com alguns momentos de chuva, mas não foi suficiente para impedir que parte dos danos já fosse recuperada. Mais de 40 casas foram destelhadas. Algumas fachadas de lojas não resistiram à força do vento. Inúmeras árvores cederam, atingiram a rede distribuidora de energia e interromperam total e parcialmente o tráfego em algumas ruas.

Uma árvore caiu sobre uma casa no Jardim Social. O único registro de ferido ocorreu com a queda de um rapaz que escorregou ao tentar consertar o telhado da casa da família. Ele teve um corte na cabeça e não corre riscos mais sérios. Em apenas 24 horas, segundo pluviômetros automáticos utilizados em São Miguel do Iguaçu, houve precipitação de 92 milímetros de chuva no centro e de 199 na região do Barro Branco.

Santa Helena

O temporal de ontem deixou estragos também em regiões e Santa Helena. Casas foram destelhadas e cabos de energia romperam devido à queda de galhos. Uma escola e um centro comunitário registraram danos na estrutura. O índice de chuva chegou aos 65 milímetros no município. A Copel informa que o mau tempo deixou mais de 60 mil imóveis em 34 cidades sem energia, principalmente no Oeste e Sudoeste. Na região, os municípios mais afetados foram Medianeira, Matelândia, São Miguel do Iguaçu, Missal e Santa Helena. Grande parte dos danos já foi reparada.

Presos aproveitam para fugir

O temporal da madrugada de ontem deu uma mão para presos da Delegacia de Matelândia. Os consumidores ficaram sem energia por volta de uma hora e meia. Tempo mais que suficiente para que dez presos aproveitassem a confusão para fugir por um túnel que vinham cavando há dias.

Nuvem em formato de funil

As alterações climáticas provocam, além de chuva, vento e granizo, cenas curiosas. Uma delas foi filmada na quarta-feira por Ivandir Jensen, em Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. Ele registrou uma nuvem funil nas proximidades do aeroporto.

A formação recebe este nome devido á sua aparência, de acordo com técnicos do Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná). Ela formada por uma coluna de ar que está girando. É o estágio inicial de um tornado, que só se confirmado se o jato de ar tocar o solo. Períodos entre primavera e verão são mais propícios à formação desse tipo de fenômeno.

Sexta-feira

De acordo com o Simepar, o tempo segue hoje instável no Paraná. A previsão é de mais um dia chuvoso em grande parte do Estado, com chuva a qualquer hora em várias cidades. Chove com mais intensidade entre as áreas do centro, leste e norte, mas não se descarta o risco de temporais também entre os setores oeste e sudoeste durante a tarde. As temperaturas apresentam uma menor oscilação. O acumulado de chuva varia dos 30 aos 50 mm, mas, mesmo assim, pode causar transtornos por causa das fortes chuvas dos últimos dias.

Especialistas debatem prevenção a desastres

Curitiba – Especialistas, pesquisadores, estudantes e professores participam nesta semana, em Curitiba, do 1º Congresso Brasileiro de Redução de Riscos de Desastres, evento aberto na noite de quarta-feira e considerado um marco neste tema, no Brasil. O Congresso acontece na Universidade Positivo. Entre os temas estão Compreensão integrada e sistêmicas dos riscos e Agenda brasileira de pesquisa em redução de riscos e desastres, com a apresentação da experiência de Mariana (MG). 

Para o coronel Castilho, o Congresso permite a troca de conhecimentos e a integração de todas as áreas que envolvem a redução de risco de desastres. “Isso inclui a ocupação correta do solo, o planejamento urbano e, para aquelas regiões de riscos que são habitadas, soluções de obras de engenharia para diminuir e minimizar os impactos de qualquer desastre que possa ocorrer”, disse.

Paralelamente ao evento, representantes do Conselho Nacional de Gestores Estaduais de Proteção e Defesa Civil se reuniram com o secretário Renato Ramlow para debater o aperfeiçoamento da legislação que regula o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil. “Estamos trabalhando para aperfeiçoar o sistema de prevenção e as ferramentas que disponibilizamos aos coordenadores municipais”, explicou o coronel Castilho.