Cotidiano

Venezuela põe militares em guerra contra escassez de arroz, café e papel higiênico

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CARACAS ? Para combater a escassez de produtos básicos, como arroz, café e papel higiênico, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, designou 18 chefes militares que irão fiscalizar a produção, distribuição e comercialização dessas mercadorias. Foram nomeados generais, contra-almirantes e vice-almirantes para o controle de artigos de primeira necessidade, informou neste sábado a TV estatal.

Os encarregados foram selecionados pelo ministro da Defesa, general Vladimir Padrino López, que está a cargo da chamada ?Grande Missão de Abastecimento Soberano e Seguro?. O plano foi criado por Maduro para fazer frente ao desabastecimento de alimentos, produtos de higiene e medicamentos. Muitos venezuelanos precisam enfrentar longas filas em supermercados para a compra de produtos escassos, mas com preços subsidiados, ou recorrer a contrabandistas que cobram ágio de até 1.000%.

A cadeia de produção do arroz será supervisionada pelo general de Divisão José Inés González. Militares de alta patente também irão controlar a produção de azeite (Jorge Pérez Mancilla), açúcar (Ludwing Palima), café (Juan Jiménez), feijão (Reynzer Rojas), milho (Javier Rosales) e farinha de milho (Freddy Lozada). Produtos lácteos (José Pérez), margarina (Adolfo Contreras), trigo (Francisco Yánez) e soja (José Hernández).

Os generais Luis Alejandro Jiménez e Rubén Barreto, o contra-almirante Ángel Rueda Pinto e a vice-almirante Luisa Lozada serão encarregados pela produção bovina, suína, avícola e pesqueira, respectivamente.

Além dos alimentos, o general Manuel Vera Boada fará controle do papel higiênico, enquanto o general Fernando Prieto comandará a produção de detergente, sabonete, xampu, pasta de dente e desodorante. O setor farmacêutico ficará a cargo do general Juan Rivas Rojas.

O governo lançou em julho um plano contra a escassez de produtos básicos, com os militares atuando na distribuição de alimentos, controle dos portos e fiscalização de empresas e fábricas. De acordo com a emissora estatal, até setembro foram fiscalizadas 600 empresas privadas e 133 estatais, além de 2.467 estabelecimentos comerciais, que resultou na prisão de 102 pessoas.

Maduro, alvo de um referendo revogatório convocado pela oposição, atribui a crise a uma ?guerra econômica? empreendida pelo setor privado para desestabilizado, além da desvalorização dos preços internacionais do petróleo.