Cotidiano

Venezuela: Líder da oposição acusa Maduro de terrorismo de Estado

CARACAS ?Em um momento de alta tensão política na Venezuela, o presidente da Assembleia Nacional, Henry Ramos Allup, afirmou nesta segunda-feira que o governo exerce terrorismo de Estado. E voltou a dizer que o país vive uma ditadura não convencional com o presidente Nicolás Maduro no poder. O líder opositor ainda reforçou que o decreto aprovado pelo Parlamento ? em que a casa declarou que houve ruptura da ordem constitucional ? no domingo é um pedido para que a Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) não permita que o mandatário continue a conduzir um golpe de Estado.

? As funções da FANB estão claras na Constituição. Que os altos comandos vejam se realmente se respeita a Carta Magna. Se se respeita a separação de poderes, quando é permitido ao presidenet violar a Constituição por decretos ? afirmou Allup em entrevista à ?Globovisión?.

Em uma sessão extraordinária convocada às pressas, a Assembleia Nacional, controlada pela oposição, declarou no domingo que o país se encontra em ruptura da ordem constitucional e denunciou um golpe de Estado, cometido pelo governo de Maduro. Para ativar o que chamou de resgate constitucional, a assembleia anunciou uma série de medidas que incluem um pedido formal à Organização dos Estados Americanos (OEA) para que aplique a Carta Democrática Interamericana, a nomeação de um novo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) e um Tribunal Supremo Justiça (TSJ) ?a serviço dos venezuelanos?.

Líderes opositores da Venezuela vão aos Estados Unidos pedir formalmente à OEA que aplique a Carta Democrática Interamericana contra o governo de Nicolás Maduro. Segundo Luios Florido, encarregado de política externa da Assembleia Nacional, irão a Washington dirigentes da coalzão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) ? coalizão de partidos opositores.

O Parlamento convocou ainda uma sessão para terça-feira para discutir a situação constitucional do presidente e pediu que os cidadãos se manifestem nas ruas até que ?a democracia seja restaurada?. O próximo protesto deve acontecer na quarta-feira. O partido do governo, por sua vez, convocou uma mobilização constante.

O acordo aprovado também exige que a FANB não obedeça a ordens contrárias à Constituição. O deputado Julio Borges, um dos líderes da MUD, afirmou ainda que a Assembleia Nacional irá denunciar à Corte Internacional de Direitos Humanos da ONU os juízes e reitores que suspenderam o processo de recolhimento de assinaturas para ativar o referendo revocatório do mandato de Maduro, que aconteceria esta semana.

A sessão de domingo foi marcada por confusão. Grupos que opositores afirmam ser de seguidores do governo invadiram o Parlamento, e interromperam o debate, enquanto agentes de segurança tentavam contê-los. Uma pessoa ficou ferida. E o chavismo reagiu. A bancada governista qualificou a sessão de uma nova versão de um ?circo de horrores? e um ?reality show?.