Cascavel – A crise econômica nacional teve reflexos também no setor agrícola. Com a alta do dólar nos últimos anos, as vendas de maquinário, usadas para plantar e para colher, caíram significativamente e isso não foi diferente no Paraná. Segundo o secretário de Agricultura, Norberto Ortigara, a venda de máquinas agrícolas no Estado teve uma queda brutal, com demissões em massa. O governo precisa incentivar o produtor rural para que ele renove sua frota, com equipamentos mais eficientes que garantem uma melhor produtividade.
De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as vendas em todo Brasil caíram quase 31% no primeiro semestre comparando ao mesmo período de 2015.
Em Cascavel, os revendedores também sentiram os reflexos da crise e, no comparativo com o ano passado, amargam uma queda nas vendas que varia de 15% e pode chegar a 30%. Segundo o analista de vendas de uma loja de implementos agrícolas, Roque Mazurkewicz, a retração do mercado, a insegurança frente as questões políticas, reflete diretamente nas vendas. Mas nos últimos meses tivemos um incremento nas vendas desde o início do ano. Claro que longe do que vínhamos comercializando no ano passado, mas melhorou consideravelmente.
Conforme o analista, as grandes fabricantes estão produzindo apenas por pedido. Alguns produtos não temos disponível, outros ainda dependem de uma programação da concessionária para que tenha itens mais vendidos, por exemplo.
Bons preços da soja e do milho ajudam
Em outra revenda, a retração do comércio de máquinas e implementos agrícolas em comparativo com o ano passado foi, em média, 15% menor. Graças aos bons preços pagos por grãos como o milho e a soja, por exemplo, os produtores estão investindo e comprando mais de janeiro até agora. O que percebemos é que alguns produtos não estão disponíveis e a entrega está prevista para dezembro ou janeiro do ano que vem, comentou o gerente de vendas, Alberto Daybas Neto.
Dentre os produtos mais vendidos neste período estão os tratores e plantadeiras. As plantadeiras, por exemplo, oscilam de R$ 90 mil a até R$ 210 mil, dependendo dos opcionais. Já as colheitadeiras devem ficar mais para o fim do ano, a revenda tem opções de R$ 350 mil até R$ 1,5 milhão.
Em âmbito nacional, conforme a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) as vendas internas comparando-se os meses de maio e junho de 2016 cresceram 18%.
