Cotidiano

Venda de ativos não essenciais é parte da vida de um banco, diz CEO do BB

234548146.jpgSÃO PAULO – A eventual venda de ativos não essenciais é parte das alternativas que um banco deve considerar para manter níveis saudáveis de capitalização, disse nesta quinta-feira à Reuters o presidente-executivo do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli.

bancospublicos2306

?Redução de despesas, reavaliação do volume de crédito concedido a clientes, desfazer-se de ativos não essenciais e até ofertas subsequentes de ações são assuntos que fazem parte da vida de um banco?, disse Caffarelli em resposta a uma pergunta sobre se o BB considera se desfazer de alguns ativos como parte dos esforços para manter seu nível de capitalização saudável. ?Em certos cenários, é preciso revisitar a estrutura de capital do banco?, disse.

Ele não mencionou especificamente se o BB está avaliando atualmente a venda de algum ativo, nem se uma oferta de ações está nos planos do banco.

Além de deter uma fatia de cerca de 20% na resseguradora IRB Brasil, que teve frustrado pela crise no ano passado seu plano de se listar na Bovespa com uma oferta secundária de ações, o BB tem 29% da Cielo, assim como fatias na fabricante de implementos agrícolas Kepler Weber e na elétrica Neoenergia.

Com rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital do acionista, ligeiramente acima de 10% no primeiro trimestre, pouco mais que metade da média de rivais privados como Itaú Unibanco e Bradesco, o BB tem preocupado investidores quanto à capacidade de organicamente gerar resultados em nível suficiente para não depender de captitalização do governo federal.

Segundo Caffarelli, o BB trabalha com um cenário base de que não contará com ajuda do governo, controlador do banco.

Os bancos brasileiros vêm se movimentando para se enquadrar a regras de capital mais exigentes previstas no acordo de Basileia III, que entra em vigor plenamente no país em 2019.

Nesse quadro, o BB anunciou no começo do ano redução do percentual do lucro distribuído a acionistas, de 40% para 25%.