Há um quê de realeza e tradição na vela. Não foi à toa que a princesa Ann, única filha da rainha Elizabeth II, visitou a Marina da Glória durante a semana para cumprimentar os atletas da Grã-Bretanha, entre eles Giles Scott. Principal nome da equipe, o velejador tricampeão mundial garantiu o ouro na classe Finn, mantendo o reinado britânico. A prata ficou com o esloveno Vasilij Zbogar, e o bronze, com o norte-americano Caleb Paine. O brasileiro Jorge Zarif terminou em quarto lugar geral.
? Pela quinta vez seguida, ecoa, na entrega do título olímpico, o hino “God save the Queen” (Deus salve a Rainha). Estou me sentindo nas nuvens… Ganhei uma Olimpíada! Este tem sido um sonho meu por muito tempo. Não consigo acreditar que consegui vencer a Olimpíada com uma regata de antecedência. É incrível ? comemorou Scott.
Campeão por antecipação, Scott chegou ao Rio para estrear em Olimpíadas com a missão de seguir os passos de Iain Percy, ouro em Sydney-2000, e do lendário velejador Ben Ainsle, que venceu em Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012.
Ainsle é um velho conhecido dos brasileiros. Protagonizou duelos eletrizantes com Robert Scheidt em Atlanta-1996 e Sydney-2000, quando se alternaram no pódio da classe Laser ? cada um ficou com um ouro e uma prata.
Durante a semana, Scott chegou a dizer que tinha ficado decepcionado por ter ficado de fora dos Jogos de Londres, dando lugar a Ainsle. Ao garantir o ouro no Rio, ele recebeu os cumprimentos do antecessor.
? Conquistar o ouro antes de competir na regata das medalhas é raro. É uma grande conquista para ele e seu treinador, Matt Howard. Eu sei o quão duro eles trabalharam, não só nos últimos quatro anos, mas mesmo antes, para chegar a esse ponto. Acho que ele domina totalmente a classe (Finn) agora. Sei que ele pensa em outros objetivos na sua carreira, mas acredito que pode continuar dominando a classe no próximo ciclo olímpico ? disse Ainsle à BBC.
