RIO ? O quinto dia de Olimpíada no Rio não trouxe medalhas ou grandes recordes, mas colocou o Brasil em boa situação em diversas modalidades. Líder no pólo aquático com uma vitória histórica, a delegação brasileira também viu progressos no boxe e uma recuperação de Robert Scheidt na vela. Já nos slatos ornamentais, uma trama novelesca parece ter dado fim à dupla de slatadoras formadas por Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso.
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SUPERANDO OS CAMPEÕES
A seleção brasileira de polo aquático masculino conseguiu um feito histórico
nesta quarta-feira. De virada, a equipe venceu por 6 a 5 o time da Sérvia, atual
tricampeão mundial. Com a vitória ? que teve como destaque o goleiro sérvio
Slobodan Soro,
naturalizado brasileiro ? o Brasil se classificou para as quartas de final do
torneio.
? Foi inacreditável, o que ele fez hoje aqui é para ficar na história do polo
aquático ? afirmou o capitão brasileiro Felipe Perrone. ? O que o cara agarrou foi brincadeira.
Comandada pelo croata Ratko Rudic a seleção lidera o grupo A com três vitórias,
seguida por Grécia, Austrália e Hungria.
NOVO AVANÇO NOS RINGUES
Após as vitórias de Robson Conceição e Michel Borges ? já classificado para
as quartas de final ?, foi a vez do baiano Robenílson de Jesus passar às oitavas de final no
boxe olímpico. Ouro no sul-americano de Santiago, em 2014 e bronze nos Jogos
Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011, ele derrotou o argelino Fahem Hammachi, e
agora enfrenta o americano Shakur Stevenson no próximo domingo.
? A vitória veio. Eu pensava na minha estratégia: de golpear os três
assaltos. Mas eu achei a decisão dividida estranha ? afirmou Robenilson. ? Eu estudei bastante ele. Esperei ele
para aplicar meus golpes, mas ele acabou não vindo. Tive que ter paciência.
SCHEIDT SEGUE VIVO NA DISPUTA
Nem mesmo a chuva, o vento, o frio e a recuperação do atual bicampeão mundial
do Laser foram capazes de estragar o dia de Robert Scheidt.
Depois de obter dois resultados ruins em quatro provas, o brasileiro conseguiu
ser mais regular nesta quarta-feira, com um 11º e um segundo lugares, ganhando
quatro posições no ranking geral . Scheidt agora
ocupa o quarto lugar, com 41 pontos perdidos.
? Era um dia importantíssimo. Tinha feito duas regatas ruins nos dois
primeiros dias, então eu tinha que melhorar. Era sim ou sim para manter as
chances ainda vivas. E eu fiz isso ? disse Scheidt.
UCHIMURA CONQUISTA O BI
Em uma disputa definida na última nota, o japonês Kohei Uchimura
confirmou o favoritismo e conquistou o bicampeonato olímpico no individual geral.
O ginasta tem a supremacia na prova desde 2009: ganhou todos os campeonatos
mundiais e Jogos Olímpicos desde então. O ucraniano Oleg Vernaiev ficou
com a prata, enquanto o britânico Max Whitlock conquistou o bronze.
O brasileiro Sérgio Sasaki ficou
com a oitava posição, enquanto Arthur Nory terminou em 17º lugar.
? Estou sentindo muita dor no joelho desde o primeiro dia. Não quis falar
para ninguém porque isso não cabia no momento. Eu ia saltar um salto novo,
acabei forçando um pouco mais e senti uma dor que veio aumentando cada vez mais.
Então, fico feliz de ter me superado ? afirmou Sasaki. ? Não pensava nem na medalha. Eu só queria
acertar. Se fosse para ganhar, que ganhasse, se fosse para ficar em último, que
ficasse.
ACABOU O AMOR
A relação entre as saltadoras Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso já vinha mal há algum tempo, mas a chance de
disputar os jogos do Rio abriu espaço para uma trégua. No entanto, o clima
voltou a ficar feio entre as duas depois que Ingrid ficou com outro atleta da delegação
brasileira e o levou até o quarto que dividia com Giovanna, que teve de dormir em outro cômodo do
apartamento. A história vazou e boa parte dos demais atletas do Time Brasil que
souberam do incidente se posicionaram ao lado de Giovanna.
? A gente teve uma briga não sei por que e não estava se falando. Mas na hora
da competição a gente se juntou, porque é um momento único, Olimpíada em casa.
Deixamos as diferenças para trás e nos falamos normalmente. A partir de hoje não
sei o que vai acontecer, mas sei que eu não vou mais saltar sincronizado com ela
? disse Ingrid.
Já Giovanna
preferiu deixar a decisão nas mãos dos treinadores. Apesar de não colocar um
ponto final na dupla, ela confirmou o desejo de seguir um novo rumo sozinha:
? Essa briga começou no treino, porque eu queria fazer um salto e ela queria
fazer outro. Eu não sei se vamos continuar. Tem que perguntar para os técnicos,
porque quem decide são eles. Eu e meu técnico já conversamos e depois da
Olimpíada vou focar no meu individual. É bom porque não vou precisar depender de
ninguém. Então vou conseguir melhorar e evoluir mais ? afirmou. Ingrid Oliveira
A dupla encerrou sua participação no Rio-2016 com um amargo 8º e último lugar na plataforma de 10m sincronizada. Ingrid ainda retorna
na prova individual da plataforma, dia 17 de agosto.
