Agronegócio

VBP em crise: Produtores apelam á Ministra Tereza Cristina; Ajuda vem, mas não agora

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, juntamente com técnicos do Mapa e da Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná visitou algumas propriedades rurais afetadas pela estiagem no Paraná

VBP em crise: Produtores apelam á Ministra Tereza Cristina; Ajuda vem, mas não agora

Cascavel – A estiagem prolongada que atinge o Paraná e provoca perdas acentuadas na produção do Oeste, região que concentra o maior Valor Bruto da Produção Agropecuária do Paraná (VBP) trouxe a região uma Comitiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que analisou os danos provocados pela estiagem. A agenda faz parte de uma série de visitas para verificar os prejuízos da seca no Centro-Sul do País

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, juntamente com técnicos do Mapa e da Secretaria de Estado da Agricultura do Paraná visitou algumas propriedades rurais afetadas pela estiagem no Paraná, para analisar os danos provocados, que em algumas localidades provocou perdas de 75% a 90% na produção de soja e 45% na produção de milho.

Ainda no final da manhã de ontem (13), a ministra se reuniu com autoridades locais no Sindicato Rural de Cascavel. A ministra ouviu os relatos do secretário de Agricultura e do Abastecimento (Seab), Norberto Ortigara, do diretor do Departamento de Economia Rural da Seab e dos técnicos do núcleo regional da Seab, do presidente do Sindicato Rural de Cascavel e outras autoridades do agro.

Entre os principais apelos do setor agrícola do oeste para a Ministra, está o pedido de prorrogação de financiamentos, perícias mais aceleradas para o seguro, reavaliação de dívidas e cultivares resistentes, além de linhas de crédito especiais para os produtores que não tenham cobertura pelo seguro.

A visita tem o objetivo da equipe do Mapa realizar um roteiro pelos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul para consolidar uma coleta de dados sobre a situação da crise hídrica.

De acordo com a Ministra, com o diagnóstico mais preciso dos estados, o Ministério da Agricultura vai avaliar as medidas que devem ser tomadas junto aos produtores rurais. A primeira delas seria agilizar a liberação das áreas para o plantio da safrinha, que poderia mitigar as perdas dessa primeira etapa. “Nós estamos esperando os levantamentos, são quatro estados que estão com problemas e com esse levantamento nós vamos fazer ações específicas ou mais gerais para o caso das perdas. As perdas não são iguais, elas são diferentes por municípios, por produtor, então nós já temos o seguro para muitos. No Paraná graças a Deus o seguro cobre mais de 40% dos produtores, o Proagro que cobre todos os pequenos produtores e ai nós vamos ter que ver o financiamento de custeio para a próxima safra. É isso que nós estamos levantando, subsídios para trazer políticas públicas pra ajudar o produtor rural.”

De acordo com a Ministra, que já realizou visitas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, não foi possível verificar qual dos estados sofreu mais com a estiagem. “Depende, mas tem uma parte do Rio Grande do Sul muito séria, Santa Catarina também tem um pedaço, mas é muito manchado ainda, mas é preocupante porque são estados muito produtores.”

Prejuízo Bilionário

De acordo um relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), a Seab estima prejuízo prévio de R$ 25,6 bilhões na safra de grãos do Paraná em 2021/22, em razão da estiagem. O novo levantamento foi entregue ontem (13) à ministra Tereza Cristina.

Segundo o levantamento, a região Oeste é a mais atingida pela quebra de safra no Paraná, com redução prevista de 71% na colheita de soja, de 65% na de milho e de 60% na primeira safra de feijão, podendo somar R$ 8,1 bilhões de prejuízo. A queda, porém, abrange todas as regiões, com perda média estimada de 39% na lavoura de soja, 36% no milho e 30% no feijão.

A cultura de soja, que tem a maior área plantada do Estado, é a que deve amargar os maiores prejuízos. Com produção inicial prevista em cerca de 21 milhões de toneladas, os números parciais do Deral mostram que a colheita não deve passar de 12,8 milhões de toneladas. São quase 8,2 milhões de toneladas a menos, fazendo com que os produtores deixem de receber R$ 23 bilhões.

Na produção de milho, das 4,3 milhões de toneladas inicialmente previstas, aproximadamente 2,7 milhões de toneladas devem ser colhidas – redução de 1,5 milhão de toneladas e prejuízo de R$ 2,2 bilhões. Já a lavoura de feijão, cuja estimativa inicial era de 275,8 mil toneladas, deve ter redução de 83,9 mil toneladas e passar para 191,9 mil toneladas, perdendo R$ 361,8 milhões.