Cotidiano

Vaticano e o Museu Judaico de Roma abrem exposição conjunta

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ROMA – Os museus do Vaticano e da antiga comunidade judaica de Roma estão hospedando sua primeira exposição conjunta, construída durante as últimas décadas com a melhoria das relações católico-judaicas, após séculos de desconfiança.

O foco da abertura da exposição, que vai de 15 de maio a 23 de julho, será o menorá, o famoso candelabro de sete braços descrito na Torá e retratado nas artes judaica, católica e secular ao longo dos séculos.

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Através da arte figurativa, a exposição “narra a história milenar, incrível e sofrida da menorá”, disseram os organizadores em um comunicado divulgado na segunda-feira (20/02), anunciando a iniciativa.

Parte vai explorar a lenda de um menorá de ouro sólido que foi mantido no primeiro Templo de Jerusalém. O menorá foi levada para Roma após a destruição do templo por tropas do imperador romano Tito. A trilha histórica parece ter sido perdida durante o 5o século, quando foi possivelmente levado por vândalos que saquearam Roma em 455.

Arnold Nesselrath, um dos curadores, diz que a exposição sobre a história e o simbolismo do menorá é fruto do “intenso diálogo” que se desenvolveu entre a Santa Sé e a comunidade judaica nas últimas três décadas. As representações do menorá ao longo dos séculos ajudaram os “cristãos a recordar as suas raízes judaicas” na fé, diz ele.

Nesselrath observou que uma imagem de um menorá está em uma parede do apartamento de Borgia do Vaticano construído para o papa Alessandro VI. Seu papado começou em 1492, no mesmo ano em que os judeus na Espanha foram expulsos.

Uma vez que o Museu Judaico de Roma é minúsculo, a maioria das 130 obras em exposição poderá ser vista no espaço de exposições Carlo Magno do Museu do Vaticano na Praça de São Pedro.

Um dos destaques é uma sinagoga do século I Galilee. Antigos vidros romanos, sarcófagos e catacumbas judaicas de Roma também serão apresentados. Marc Chagall e Nicolas Poussin estão entre os artistas a serem representados na exposição.

O Museu Judaico de Roma abriga também a principal sinagoga da cidade. O falecido Papa João Paulo II tornou-se o primeiro papa a visitar uma sinagoga quando foi lá em 1986. Nessa ocasião, ele se referiu aos judeus como “nossos irmãos mais velhos na fé”.