O Vasco é um projeto de time tão embrionário que nesta quinta, em seu quarto jogo oficial do ano, já tinha seis titulares diferentes de sua estreia em 2017, contra o Fluminense. Se é verdade que duas destas trocas foram por lesões, as demais são parte da tentativa de dar vigor e juventude, elevar a qualidade técnica, equilibrar o time diante da contínua chegada de reforços. E foi com toda a cara de obra longe de estar pronta que o Vasco bateu o Santos do Amapá por 2 a 0, no jogo disputado em Natal, afinal, já faz algum tempo que mando de campo deixou de ser algo sagrado no Brasil.
Classificado na Copa do Brasil, o Vasco vai enfrentar, na segunda fase, Fast, do Amazonas, ou Vila Nova, de Goiás.
O Vasco se constrói com a temporada em movimento. Tanto que, pouco antes do jogo, o atacante colombiano Andrés Escobar foi anunciado. O volante Bruno Paulista está por detalhes e Wagner aguarda a estreia.
A primariedade do adversário permitiu ao Vasco de Cristóvão Borges praticar um exercício de ataque contra defesa. Por exemplo, observar o comportamento da nova dupla de volantes, com Bruno Gallo e o recém-chegado Jean. Sem trabalho defensivo, foram construtores de jogadas, o que fizeram com certa correção. Cristóvão viu, ainda, o time pender para o lado esquerdo, com o ontem titular Alan e com Escudero, outro reforço do ano. Mas era pela direita onde havia mais acerto nas jogadas, graças à agressividade do jovem Guilherme, disposto a buscar a área para se juntar a Thalles. Foi Guilherme o autor de um chute no travessão. E foi ele quem sofreu os dois pênaltis que resultaram nos gols de Nenê, um em cada tempo.
Dono da bola, o Vasco produziu pouco para a disparidade de forças. A inabilidade do Santos amapaense foi claramente representava pela forma como Dinei, feito um trem desgovernado, atropelou Guilherme no primeiro pênalti.
Os melhores momentos deste Vasco em montagem vieram no segundo tempo. E com mais caras novas. Kelvin e o lateral Gilberto subiram o nível da atuação. Nos 20 minutos finais, empilharam boas tramas ofensivas, ainda que contra um rival batido. Cristóvão fez novas experiências. Viu Kelvin se mover bem pelos dois lados do campo e testou Muriqui como centroavante. Este sem tanto brilho.
SANTOS-AP 0 X 2 VASCO
Estádio: Arena das Dunas, em Natal (RN)
Árbitro: Luiz César de Oliveira Magalhães (CE)
Auxiliares: Nailton Junior de Sousa Oliveira (CE) e Marcione Mardonio da Silva Ribeiro (CE)
Renda/público: R$ 252.800,00/5.321 pagantes
Cartões amarelos: Dedé, Bruno, Roberto Batata (SAP) e Jean, Yago Pikachu, Nenê (VAS)
GOLS: Nenê 21’/1ºT (0-1) e Nenê 45’/2ºT (0-2)
SANTOS-AP: Axel, Darlan, Dedé, Jeferson e Roberto Batata; Lessandro (Maranhão 32’/2ºT), Antunes, Renatinho e Fabinho; Denilson (Nildon 16’/2ºT) e Luciano Mota (Bruno 21’/2ºT). Técnico: Minga.
VASCO: Martin Silva, Yago Pikachu (Gilberto 24’/2ºT), Luan, Rafael Marques e Alan; Jean e Bruno Gallo; Guilherme Costa, Escudero (Muriqui intervalo) e Nenê; Thalles (Kelvin intervalo). Técnico: Cristovão Borges.
