O Vasco teve mais uma atuação abaixo do mínimo que se espera de um time com sua grandeza. E o exercício da autocrítica anda tão difícil quando reencontrar o bom futebol. Na saída de campo, derrotados pelo Brasil de Pelotas por 2 a 1, no Estádio Bento Freitas, na cidade gaúcha, os jogadores cercaram o trio de arbitragem.
? A frustração é muito grande. No primeiro gol dos caras, a bola bateu na mão. E, no segundo, me pareceu que estava impedido ? reclamou Nenê, sem razão nas queixas.
O árbitro Paulo Henrique Salmazio (MS) e seus auxiliares não tiveram relevância no resultado. O que contou para o novo tropeço foi, na verdade, a falta de inspiração de Nenê e de seus companheiros.
TABELA: Jogos e classificação da Série B
No primeiro tempo, o Vasco foi inoperante. Quase não chegou ao ataque. E, se não fosse a ótima forma de Martin Silva, teria levado o gol bem mais cedo. No primeiro minuto, o goleiro fez defesas salvadoras em chute de Diogo Oliveira e cabeçada de Washington.
Aos 26 minutos, com o Brasil dominando, aconteceu o gol. O volante William escorregou e não impediu chute de Diogo Oliveira, que, com uma bomba de canhota, abriu o placar.
MUDANÇA DE POSTURA
Nem a desvantagem fez o Vasco acordar. O adversário seguiu com controle das ações, embora não fosse mais tão perigoso nas descidas ao ataque.
Na volta para o segundo tempo, o técnico Jorginho tirou Jorge Henrique, nulo em campo, e botou Thalles.
? Jorginho pediu mais garra, mais vontade. Pediu para a gente manter a bola no ataque ? contou Madson, ao retornar.
A postura do time mudou, de fato, e o Vasco, pelo menos, deu sinais de que estava a fim de jogar e reverter a situação. Logo aos 3 minutos, Nenê fez sua única jogada efetiva, ao rolar a bola para a conclusão de primeira do volante Douglas, dentro da área: 1 a 1.
Jorginho mexeu mais duas vezes, com as entradas de Bruno Gallo em lugar de William e de Junior Dutra no de Ederson. O Vasco deu até a impressão de que poderia virar, embora não tenha obrigado Eduardo Martini a qualquer defesa.
No fim, uma falha de posicionamento de Bruno Gallo deixou Marcos Paraná livre, em condição legal, para fazer 2 a 1.
Mesmo com a derrota, o Vasco continua vice-líder, com 58 pontos, mas vê aproximação do Bahia, que venceu na sexta-feira e está com 56. E pode ser igualado pelo Avaí, com 55, que joga ainda nesta noite de sábado, contra o Paraná, em Florianópolis. A vantagem vascaína no saldo de gols é enorme, e mesmo que o time catarinense vença, dificilmente ultrapassará o carioca.
Graças à derrota do Náutico para o CRB,em Maceió, o Vasco termina a 34ª rodada com os mesmos quatros pontos de diferença que tinha antes para o quinto colocado, o primeiro fora da zona de classificação para a Série A, agora o Náutico. Faltam quatro jogos, e novos tropeços poderão deixar o acesso em risco de verdade.
Em relação ao líder, o Atlético-GO, que ganhou do Goás por 4 a 2, dobrou. De trâs pontos, foi para seis.
Na próxima terça-feira, o Vasco ecebe o Luverdense em São Januário, às 21h30m (de Brasília).
BRASIL DE PELOTAS 2 X 1 VASCO
BRASIL: E.Martini; Weldinho, Cirilo, Leandro Camilo e Marlon; Leandro Leite, Washington, Diogo Oliveira (Marcos Paraná) e Jônatas Belusso (Nem); Felipe Garcia e Ramon (Gustavo Papa).
VASCO: Martin Silva; Madson, Rodrigo, Luan e Júlio César; William (Bruno Gallo), Douglas, Andrezinho e Nenê; Ederson (Junior Dutra) e Jorge Henrique (Thalles).
Gols: 1T: Diogo Oliveira, aos 26m; 2T: Douglas, aos 3m, e Marcos Paraná, aos 41m.
Juiz: Paulo Henrique Salmazio (MS)
Cartões amarelos: Leandro Camilo, Washington, Douglas e Madson.
Local: Estádio Bento Freitas, Pelotas (RS).
