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Valsa imortal: Grêmio pode dar fim a 15 anos sem títulos nacionais

31320941962_0a828dce16_k (2).jpgRIO ? O Grêmio nem estava em campo na final do Campeonato Gaúcho de 2016, em maio, entre Internacional e Juventude, mas virou personagem daquela decisão. Ao comemorar seu gol, o atacante colorado Eduardo Sasha puxou a bandeirinha de escanteio e simulou a dança de uma valsa – para delírio do Beira-Rio com a alusão ao aniversário de 15 anos sem títulos nacionais do rival tricolor.

Pouco mais de seis meses se passaram, e tudo mudou. O Internacional está muito perto do primeiro rebaixamento de sua história no Brasileiro, e o Grêmio tem tudo para enfim encerrar, a partir das 21h45m desta quarta-feira, seu jejum de conquistas nacionais. Pode até perder por um gol de diferença para o Atlético-MG, em seu estádio, que ainda assim será campeão da Copa do Brasil.

Se confirmar o favoritismo, o tricolor gaúcho passará a ser o maior vencedor da Copa do Brasil, com cinco taças, deixando o Cruzeiro com quatro.

O fim do jejum virá, se vier, justamente pelas mãos do maior ídolo do clube. Renato Gaúcho (Portaluppi para os locais) já foi campeão da Copa do Brasil em 2007, pelo Fluminense, no seu maior momento como treinador. Na ocasião, o gol do título foi feito pelo então lateral e zagueiro Roger, a quem Renato sucedeu no comando do Grêmio em setembro. Grêmio na final

Herói do Mundial em 1983, Renato optou por priorizar a Copa do Brasil, e derrotou, desde as oitavas de final, o Atlético-PR, o campeão brasileiro Palmeiras e o Cruzeiro. No último título nacional do Grêmio, a Copa do Brasil de 2001, o técnico era Tite, hoje na seleção brasileira. De lá para cá, o time passou pelo vexame de ser rebaixado à segunda divisão e teve de se contentar apenas com conquistas estaduais, enquanto o rival Inter, no mesmo período, vencia duas vezes a Libertadores e até um Mundial de clubes. Renato resumiu nesta terça-feira o grau de ansiedade.

– Chega a quinta-feira, mas não chega o jogo, o tempo não passa. Só posso dizer que meu time está preparado. Depois de 15 anos, conquistar o primeiro título da Arena será algo para a História.

A final de amanhã será também o primeiro jogo no Brasil após a tragédia que vitimou a delegação da Chapecoense na semana passada. Haverá homenagens com faixas no estádio e um minuto de silêncio.

Depois de ter demitido o técnico Marcelo Oliveira com a derrota por 3 a 1 no Mineirão no jogo de ida, o Atlético tenta a difícil virada fora de casa sob o comando interino de Diogo Giacomini. Galo na final

Mesmo se não conseguir o título, o Atlético estará garantido na fase de grupos da Libertadores de 2017. Isto porque a Conmebol informou que, com a saída dos times mexicanos, o Brasil ganhou mais uma vaga direta, destinada ao 4º colocado do Brasileiro, posição garantida pelos mineiros.

FICHA DO JOGO

Grêmio: Marcelo Grohe, Edílson, Geromel, Kannemann e Marcelo Oliveira; Walace e Maicon; Ramiro, Douglas e Everton; Luan.

Atlético: Victor, Marcos Rocha, Gabriel, Erazo e Fábio Santos; Leandro Donizete, Júnior Urso, Rafael Carioca (Luan) e Maicosuel; Robinho e Lucas Pratto.

Juiz: Luiz Flávio de Oliveira (SP).

Local: Arena do Grêmio.

Horário: 21h45m.