Saúde

Vacinação contra covid pode parar em junho

Há a expectativa de que o insumo seja liberado até próxima quinta-feira e, assim, chegaria até o dia 18, mas o envio ainda não foi confirmado

An employee puts on an equipment vials containing CoronaVac, Sinovac's vaccine against the coronavirus disease (COVID-19), at Butantan biomedical production center in Sao Paulo, Brazil January 22, 2021. REUTERS/Amanda Perobelli
An employee puts on an equipment vials containing CoronaVac, Sinovac's vaccine against the coronavirus disease (COVID-19), at Butantan biomedical production center in Sao Paulo, Brazil January 22, 2021. REUTERS/Amanda Perobelli

São Paulo – A indefinição para o governo da China liberar a exportação do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), necessário para a produção da Coronavac, pode afetar o cronograma de vacinação contra a covid-19 a partir de junho, afirmou nessa segunda-feira (10) o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.

Há a expectativa de que o insumo seja liberado até próxima quinta-feira e, assim, chegaria até o dia 18, mas o envio ainda não foi confirmado. O anúncio foi feito durante a entrega de 2 milhões de doses da vacina para o PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde.

“Para maio, temos a entrega desta semana, 2 milhões no dia de hoje [ontem], mais 1 milhão na quarta-feira e 1,1 milhão na sexta. E, a partir daí, não teremos mais vacinas, porque não recebemos o IFA. Então, aguardamos a chegada desse material para que isso possa ser processado. Situação parecida com essa também é enfrentada pela Fiocruz, que a informação que eu tenho é que não teve o seu IFA liberado. Preocupa muito, porque o cronograma de vacinação, não neste momento, mas a partir de junho, poderá sofrer algum impacto.”

Segundo Covas, a liberação aguardada é de 4 mil litros do insumo. O diretor do instituto e o governador João Doria (PSDB) voltaram a atribuir a dificuldade para o IFA ser liberado à postura do presidente Jair Bolsonaro e membros do governo federal, que fizeram declarações ofensivas contra a China. “O mesmo laboratório, Sinovac, disponibiliza insumos para um país vizinho, o Chile, que não agride a China, que não tem o seu presidente falando mal do governo chinês, do povo chinês e de sua vacina. O fluxo é normal de entrega desses insumos para o Chile. Por que não é para o Brasil? Razões de ordem diplomática e as formas desastrosas de manifestação em relação ao governo da China”, disse Doria.

 

Butanvac

Em relação à vacina do Butantan, a Butanvac, Covas disse que o instituto respondeu, na última quinta-feira, 40 questionamentos enviados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre produção e qualidade e que ainda há uma pendência de uma mudança que deve ser feita no estudo clínico. Pendências estão sendo resolvidas também para início dos testes clínicos com o soro anticovid desenvolvido pelo instituto. “Esperamos que esta semana seja decisiva em relação aos dois processos.”