Cotidiano

Uso da tecnologia: mudanças culturais desafiam professores

Celulares e eletrônicos predominam a atenção dos alunos em sala

Foz do Iguaçu – Estar à frente de uma sala de aula é um desafio diante de todas as mudanças inseridas no contexto da educação, principalmente, por meio da tecnologia. O profissional que apesar de todas as dificuldades consegue sobreviver no magistério é digno da homenagem dedicada neste dia 15 de outubro.

Na região Oeste, 8.210 professores são responsáveis pelo ensino na rede estadual dos 50 municípios. Todos encontram no trabalho mais que uma fonte de renda; pelo dom eles transferem o que sabem e aprendem o que ensinam.

Ser professor exige muito mais do que os quatro anos de estudo. A atuação em sala de aula necessita de atualização didática constante, planejamento, atitude e postura profissional. 

“Os alunos são perspicazes e transformam inseguranças do professor em indisciplina, por isso é indispensável o amor à profissão. Os estudantes também são conectados com as informações e com o mundo e o professor precisa ser mediador na construção do conhecimento, o que exige o domínio das tecnologias”, afirma a chefe do NRE de Foz, Ivone Muller.

Professora de história há dez anos, Alessandra Chiaretti, destaca entre os desafios do dia a dia, saber lidar com a questão indisciplinar.

“Trabalhamos no sentido de manter o foco dos alunos no conteúdo. O uso de tecnologias pode ser favorável, desde que haja limites, no entanto, muitos deixam de fazer tarefas e não estudam por conta do tempo que perdem com os celulares”, comenta Ivone.

O dever de mostrar às turmas o quanto o estudo é importante para um futuro melhor, faz parte da sua missão.

“A questão cultural e os ideais mudaram muito. Verifico que falta maturidade e parte dos alunos vem à sala por obrigação. O ideal seria que todos gostassem daquilo que estão apreendendo”, afirma.

A professora acrescenta que as famílias não podem se eximir de responsabilidades.

“A linguagem de casa deve ser a mesma da escola para que haja compromisso com o estudo”.

Alessandra defende que os professores lutem pelos seus direitos e que o respeito à categoria seja recuperado na sociedade.

“A população nos criticou na greve, mas desconhece as dificuldades que enfrentamos pela falta de estrutura e de recursos. Apesar disso, sou apaixonada pelo trabalho e sonho com oportunidades de uma vida melhor a todos”.

Suporte tecnológico

Com o avanço das tecnologias digitais mudou-se a forma como a população se comunica, se informa e constrói o conhecimento.

“O docente não possui mais status de detentor de informações. Elas estão presentes nos repositórios de conteúdos, sites de instituições de pesquisa, de governos, repositório de obras em domínio público, dentre muitas outras possibilidades”, cita o chefe do Núcleo Regional de Educação.

Ele considera que o processo de construção do saber não pressupõe necessariamente que o professor detenha todas as informações, mas que esteja preparado para fazer análises críticas e orientar os estudantes a trabalhar com as diferentes fontes de informação.

“Diante disso, podemos inferir que a presença da tecnologia na sociedade é um fator desafiante para os educadores, em que pese as muitas, boas e produtivas iniciativas realizadas no interior das escolas”.

(Com informações de Romulo Grigoli)