Cotidiano

Usina recebe último gerador e construção entra na reta final

Operação comercial da hidrelétrica deve ocorrer até dezembro deste ano

Capitão Leônidas Marques – Foi realizada nessa quinta-feira (14), na Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, a descida do rotor do poço na unidade geradora 3. O equipamento de quase 500 toneladas faz parte da terceira e última turbina instalada, que devem entrar em funcionamento até dezembro deste ano. A previsão é do diretor-presidente do Consórcio Empreendedor Baixo Iguaçu, José Anchieta.

“Isso significa que estamos próximos da conclusão da obra. Este é um dos componentes mais importantes da terceira turbina, e a partir disto, as próximas etapas são de finalização”, afirma.

A governadora Cida Borghetti (PP) acompanhou o trabalho e ressalta a contribuição da unidade na oferta de energia limpa. “Esse é um momento emblemático, que marca a etapa de finalização de uma obra tão importante, que vai impactar na vida da população brasileira, pois contribuirá para a oferta de energia limpa”, diz. “A unidade geradora representa uma grande conquista para o setor energético do Paraná e do Brasil”.

Transmissão

As linhas de transmissão da usina já estão em construção e a expectativa é de que sejam finalizadas em julho. São mais de 60 quilômetros que interligam a hidrelétrica até a subestação da Copel (Companhia de Energia do Paraná), em Cascavel.

De acordo com o diretor de geração e energia da Copel, Sérgio Lamy, toda a energia gerada na Baixo Iguaçu seguirá para a subestação local, de onde é distribuída ao sistema elétrico nacional. “Prioritariamente, vai abastecer esta região, mas, por estar integrada à Aneel [Agência Nacional de Energia Elétrica], o que se gera aqui pode ser distribuído a qualquer lugar do País”, explica.

A hidrelétrica, segundo Lamy, contribuirá ainda na redução do uso das termelétricas, medida que tem encarecido as tarifas. “A situação de escassez hidrológica é severa, porém, com essa geração de energia, por meio de Baixo Iguaçu, teremos mais uma possibilidade de reduzir esses custos, e, consequentemente, evitar bandeiras tarifárias vermelhas”, ressalta.

Concessão

Localizada no trecho final do Rio Iguaçu, entre os municípios de Capanema e Capitão Leônidas Marques, a usina é construída pela Copel e a Neoenergia, com 30 anos de concessão. A obra também atinge as cidades de Realeza, Planalto e Nova Prata do Iguaçu. O investimento total é de R$ 1,7 bilhão, com participação de 30% da Copel e o restante da Neonergia.

O presidente da Copel, Jonel Yurk, comenta que essa usina é o último grande aproveitamento do Rio Iguaçu, a sexta do rio. “A unidade tem capacidade instalada de 350 megawatts, o suficiente para abastecer uma cidade de praticamente 1 milhão de habitantes”, lembra.

A obra começou em 2013 e, no pico, gerou 3.100 empregos. Atualmente, 2.500 funcionários trabalham na fase final de construção.

Tarifas

Sobre uma possível redução no preço da tarifa de energia assim que a hidrelétrica entrar em funcionamento, Lamy lembra que, antes mesmo do início da construção da usina foram acertados, via licitação, os preços da venda de energia produzida na Baixo Iguaçu. Na época, foi firmado um valor de partida de R$ 84 o megawatt/hora. Hoje, este total deve passar por correção.

Consórcio tem 37 indenizações ajuizadas

O diretor-presidente do Consórcio, José Anchieta, garante que o enchimento do reservatório, de 13,5 quilômetros quadrados de extensão, começa em novembro. Até lá, todas as indenizações aos proprietários das terras a serem alagadas devem ser quitadas.

O lago de Baixo Iguaçu será operado “a fio d’água”, o que significa dizer que não terá a função de acumular grande volume hídrico para regularizar a vazão do rio. “Por isso o impacto é o mínimo possível. Temos um reservatório com impacto em 3 mil hectares, pequeno considerando a dimensão da obra, que é gigantesca e importante para matriz enérgica nacional”, pontua.

Das quase 600 famílias que tiveram direito à compensação, 37 delas ajuizaram ações contra o empreendedor. Deste total, 26 tiveram parecer favorável ao Consórcio, que já tem em mãos as emissões de posse. Disso, dá-se continuidade à compra de áreas para o segundo reassentamento coletivo, que ficará próximo aos locais de impacto da usina.

Apertados

o próximo ano, a Copel estuda oportunidades de investimentos em energia nos Rios Piquiri e Tibagi. A sinalização positiva veio do diretor de geração e energia da Companhia, Sérgio Lamy, e pode, enfim, tirar do papel o antigo projeto da Usina de Apertados, próximo ao Município de Formosa d’Oeste. “Por enquanto, não vislumbramos nenhum início de obra, porém, para o ano que vem faremos sim novas obras que envolvam a geração de energia no Paraná”, diz.